Presidencialismo e populismo são gêmeos siameses, unidos por algum tipo de malformação congênita. Separar os dois, cirurgicamente, mataria o gêmeo presidencialismo, que não vive sem o populismo. O Brasil é um país de grandes populistas, Getúlio Vargas é considerado o maior deles, mas corre o risco de perder o posto para Luiz Inácio Lula da Silva.
A esquerda brasileira apontava o populismo de Bolsonaro com ferocidade. Exemplo disso foi o Auxílio Emergencial, concedido durante a pandemia de covid-19, e o Auxílio Brasil, que passou de R$ 400 para R$ 600 no último semestre do governo Bolsonaro. O bom senso obriga a reconhecer que a esquerda estava certa, que R$ 200 a mais no orçamento doméstico num período que englobou os dois turnos da eleição de 2022 é, sim, populismo.
Parece razoável pensar que cada corrente política tem um populista pra chamar de seu e que o “pão e circo” do meu populista de estimação não é populismo.
Na sanha de destruir o governo anterior, seu legado e, mesmo, sua memória, Lula revogou, a torto e a direito, regras estabelecidas no governo Bolsonaro para facilitar o acesso da população a armas de fogo e munições. O impacto das medidas sobre os índices da segurança pública não é claro, mas que elas têm a aura do discurso da paz e agradam o eleitorado petista, não se pode negar.
A discussão sobre presidencialismo e parlamentarismo deve ser retomada. O povo brasileiro não precisa de populistas, de salvadores da pátria, sejam de direita ou de esquerda. O povo brasileiro não precisa comer picanha ou tomar uma cervejinha. O povo precisa que sua vontade seja respeitada, mesmo depois de digitar o voto na urna.
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