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Editorial

Um títere no BNDES

No caso de Aloizio Mercadante no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nem a benevolência, nem a dúvida se aplicam. Trata-se de uma tragédia anunciada

Foto: Divulgação

O principiante, em qualquer área de atuação, desfruta de certa benevolência ao ser julgado em seu desempenho, ou, no mínimo, desfruta do benefício da dúvida. No caso de Aloizio Mercadante no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nem a benevolência, nem a dúvida se aplicam. Trata-se de uma tragédia anunciada.

Em seu discurso de posse, no último dia 6, Mercadante reverberou as palavras do presidente Lula, falou da integração com a América Latina e de parceria com o Sul Global (expressão tipicamente de esquerda que designa o conjunto de países em desenvolvimento, ex-colônias e de industrialização tardia). Para Mercadante, assim como para Lula, o BNDES deve tornar-se “parceiro do desenvolvimento e da integração regional”. Tal qual um títere, Mercadante reverberou as palavras de seu titereiro: “o Brasil é grande, mas será ainda maior quando atuar em conjunto com seus vizinhos”.

O discurso de Mercadante e Lula entra em choque não apenas com o bom senso, mas também com o próprio nome da instituição, no qual o caráter nacional está expresso, com sua definição, “o principal instrumento do Governo Federal, nosso único acionista, para financiamento de longo prazo e investimento nos diversos segmentos da economia brasileira” e com a visão da instituição, “ser o Banco do Desenvolvimento Sustentável Brasileiro”.

O discurso de Mercadante e Lula também ignora o preço da parceria e integração com os países simpáticos à esquerda brasileira, os calotes sofridos pelo BNDES durante os governos petistas: US$ 681 milhões (Venezuela), US$ 238 milhões (Cuba) e US$ 122 milhões (Moçambique), totalizando US$ 1,04 bilhão até dezembro de 2022.

Mercadante, Lula e seus aliados estão dispostos a pagar qualquer preço para ajudar seus aliados mundo afora, disso não há dúvida. A dúvida é se o povo brasileiro, aquele que financia o banco financiador, está disposto a gastar tanto para ajudar os “companheiro”.

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