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Tecnologia

Projeto leva robótica e inglês para jovens de comunidades indígenas

O trabalho envolve um intercâmbio de informações entre alunos da zona urbana e rural da capital

Manaus (AM) – A inclusão digital já é uma realidade para os jovens da etnia baré, na zona rural de Manaus. Um projeto desenvolvido por voluntários de uma startup e alunos de escola pública municipal está levando qualificação para o desenvolvimento de tecnologias importantes no cotidiano dentro da floresta. A ação está sendo executada com apoio da gestão municipal em educação e envolve alunos da Escola Municipal São Sebastião II, localizada numa zona ribeirinha da capital amazonense.

Aos sábados, os voluntários ensinam programação, informática, robótica industrial e outras habilidades digitais para crianças das comunidades, capacitando-as a criar ferramentas para ajudar no dia a dia da floresta. Eles também aprendem técnicas como fotografia, imersão em realidade virtual, manutenção de computadores, marketing e empreendedorismo digital.

Após a conclusão dos cursos, os jovens da etnia baré conseguirão, por exemplo, pilotar drones para identificar áreas de mata atingidas por incêndios ou desmatamento, permitindo que moradores locais monitorem áreas em risco. Os alunos também têm a oportunidade de participar de um programa de integração com estudantes de escolas públicas da capital, promovendo a troca de conhecimentos e ideias.

O projeto que contempla estudantes da comunidade de São Sebastião do Tarumãzinho, com cerca de 200 habitantes está na segunda turma. No final do ano passado, ele já havia sido realizado na Escola Municipal Antônia Medeiros, em uma região mais afastada da cidade, na zona Oeste. Com o sucesso da iniciativa, a ideia é expandi-la para mais 20 escolas com o mesmo público-alvo.

“O mundo digital é uma realidade na vida dos nossos alunos, por isso investimos na área, e as parcerias são importantes para esse avanço. Muitos dos nossos alunos já construíram um robô, com base em todas as disciplinas estudadas em sala de aula. Nosso objetivo é trazer cada vez mais a tecnologia para as nossas escolas, já que algumas das nossas crianças não têm essa oportunidade em casa”, destacou a secretária municipal de Educação em Manaus, Dulce Almeida.

Integração de zonas

O projeto também possibilita integração entre alunos da capital e da zona ribeirinha da cidade. Produtos criados por alunos da capital são levados aos alunos da zona ribeirinha, como forma de incentivo ao aprendizado e à produção. Dentre eles, a manutenção de placas que permitem o controle remoto de carrinhos e equipamentos capazes de medir o pH da água, úteis para serem aplicados nos rios da região.

A fim de possibilitar essa integração, alunos da capital também passam pelas capacitações no Casarão da Inovação Cassina, espaço público municipal voltado ao desenvolvimento tecnológico e de inovação. As capacitações acontecem paralelamente, e de acordo com a necessidade de cada grupo — no Casarão, para alunos da capital; na comunidade da zona ribeirinha, para os alunos indígenas.

Representante da aldeia Baré e secretário da escola municipal na comunidade, Jair Melgueiro diz que a inclusão se torna um diferencial na educação dos indígenas. “Esse projeto alavanca muito o conhecimento dessas crianças e jovens, cria a partir de agora uma perspectiva diferenciada”, destacou o representante da aldeia.

Aulas de inglês para o turismo

Em outra comunidade indígena de Manaus, o programa English Manaus oferece aulas de inglês de forma gratuita para promover o turismo indígena às margens do rio Cuieiras, na zona rural de Manaus. Na comunidade Três Unidos, cerca de 30 famílias da etnia kambeba vivem exclusivamente do artesanato sustentável produzido por eles e comercializado durante visitas turísticas.

O curso de inglês oferecido pela Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi) foi pensado para a comunidade de forma estratégica, em virtude do grande número de turistas que visitam o local.

De acordo com o tuxaua Waldemir Silva, mais de 200 turistas visitam a comunidade semanalmente, resultado de parcerias com empresas que transformaram a aldeia em rota de turismo. “Para nós é muito importante saber falar a língua dos turistas, pois quando perguntam os valores dos nossos produtos precisamos escrever em uma folha de papel os números, para que eles entendam, mas algumas vezes nos perguntam do que é feito alguma coisa e não conseguimos entender e nem explicar sem alguém que possa traduzir. Isso vai ser muito importante para nós”, relata o líder dos kambebas.

*Com informações da assessoria

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