Manaus(AM)- A Educação Especial é um dos focos da Prefeitura de Manaus e na atual gestão, algumas iniciativas foram ampliadas. É o caso do Programa de Reabilitação Auditiva para Crianças Usuárias de Implante Coclear (PIC) que, em 2023, completa 12 anos de atuação no Centro Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal de Araújo.
No momento, o PIC atende 22 estudantes de diversas fases de ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed), além de outros dois casos em análise. Os participantes do programa são crianças que passaram por um implante coclear, um dispositivo eletrônico inserido cirurgicamente na orelha interna, a cóclea, o qual permite a pessoa ouvir sons.
Como esse implante é realizado em idades mais avançadas nas crianças, elas precisam de um trabalho de reabilitação auditiva para poder compreender esses sons. E é nisso que o PIC trabalha, contando com a cooperação da família e com uma equipe multidisciplinar composta pela fonoaudióloga Mariana Pedrett, pela psicopedagoga Ana Cristina Guimarães e pela psicóloga Lilian Beckman.
Segundo a fonoaudióloga Mariana Pedrett, o objetivo do programa é fazer com que essa criança com deficiência tenha autonomia, como é o caso de alguns estudantes que conseguiram ser aprovados em processos seletivos para os ensinos técnicos e superior.
“Queremos que essas crianças possam ser inseridas na sociedade de forma útil. Então, nós temos crianças que hoje já estão fazendo faculdade, tem crianças de direito. Tem criança fazendo ensino médio com técnico em mecatrônica no Instituo Federal do Amazonas (Ifam). Apesar de todas as dificuldades educacionais que eles têm isso é um ganho muito grande”,
acrescentou.
Esse trabalho é reconhecido por Luana Castro, mãe da Bárbara Castro, que participa do programa há 6 anos. A evolução é notável, de acordo com Luana, no sentido de fala e compreensão de diversas palavras e na questão afetiva também.
“O programa vem para somar com as atividades que eles fazem aqui e em casa, porque é um conjunto, o programa e família. Aqui somos orientados para ajudar na evolução, no comportamento, como ela não se sentir diferente das outras crianças, tanto que o programa é feito em grupo. O que ela aprende aqui, ela leva para a escola. Hoje em dia temos esse programa para ajudar”,
acrescentou Luana.
Novas ações
E para que o atendimento seja realizado da forma mais abrangente possível, esse ano foi acrescentada na metodologia a visita à unidade de ensino. O intuito é observar o ambiente em que o aluno está inserido, uma vez que ele possui várias peculiaridades que precisam ser observadas, como o local onde ele senta, sobre o trabalho do professor do ensino regular e sobre a questão dos sons no ambiente em geral.
Mariana contou ainda que essa sensibilização é muito importante para realizar um trabalho mais completo, pensando no desenvolvimento da criança.
“É importante sensibilizar também os colegas, reduzir ruídos de cadeira, colocar ferro na cadeira ou alguma coisa que reduza o arrastar de cadeira porque ruídos de fundo fazem com que a criança não alcance os sons de fala”,
completou a fonoaudióloga.
Uma dessas visitas foi realizada na Escola Municipal Magnólia Frota, na zona Norte da cidade, onde estuda Raphael Batista, do 4º ano. De acordo com o professor Renato Marques, esse apoio é importante porque o processo de adaptação acontece não só para o aluno, mas também para o professor que é responsável por ele na sala de aula.
“Como ele ainda está aprendendo a falar, então às vezes nós não compreendemos as palavras que ele pronuncia, as frases, às vezes são palavras muito repetidas. Então, é um caminho de adaptação para ele e para nós. Mas como eu estava falando com as colegas em sala, a gente aprende a ver com os gestos, com as expressões”, acrescentou o professor.
acrescentou o professor.
“3 orelhas”
Nesses 12 anos de trabalho, alguns feitos importantes foram realizados, como os estudantes que puderam realizar o sonho de entrar no ensino superior. Mas um dos marcos foi a publicação do livro “3 Orelhas”, em 2020.
O livro busca despertar a atenção das crianças, para o funcionamento da audição com informações sobre anatomia, fisiologia e cuidados, para não prejudicar o sistema sensorial. As crianças não só poderão aprender e conhecer, como cuidarão mais da saúde auditiva. A ideia da publicação surgiu no início da pandemia, quando não foi possível as aulas presenciais e o atendimento foi realizado a distância.
“Então, o livro As Três Orelhas, nasceu justamente desse trabalho, desse contato, da importância no mundo dos sonhos. Foi um livro indicado para o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, Infanto-juvenil. E ele traz isso, ele traz a importância de ouvir, de compreender o quanto existem sons que são irritantes, que causam estresse, sons que causam bem-estar. Nada melhor que trabalhar com as crianças que são pequenas, por conta da compreensão, e no final a gente ressalta a importância do exame da orelhinha desde cedo para detectar problemas cedo”,
explicou Mariana.
*Com informações da assessoria
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