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HOMOFOBIA

PM que deu beijo gay em formatura pede afastamento após ataques homofóbicos

O agora ex-policial militar diz que sofria ataques de outros policiais militares da corporação e era isolado por ser gay

O agora ex-policial militar Henrique Harrison Costa, que trocou um beijo com o namorado na formatura da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), pediu outro licenciamento da instituição. Ele afirma que continua sofrendo ataques homofóbicos de outros policiais militares e tem sido isolado por ser gay.

“Isso não é uma desistência, mas uma forma de eu poder falar. Eu, na PM, não podia falar porque eu estava abraçado pelo Código Penal Militar e, tudo o que eu falava, podia virar crime”, afirmou Henrique para a TV Globo, nesta semana. Ele diz ainda que “a luta não acaba aí” e que, apesar de tudo, ama a corporação.

Henrique continua a afirmar que a PM tentou afastá-lo em diversos momentos. “Depois das tentativas claras da PM de diminuir para que eu fosse exonerado, eu mesmo fiz isso. Eles me jogaram em um canto da corporação, para trabalhar em um local totalmente insalubre, quando eu retornei, com restrições [médicas] Era claro que não queriam que eu melhorasse”, declara.

Henrique afirma que vai buscar Justiça por seu caso e que quer falar sobre todas as situações que passou dentro da PMDF após o beijo na formatura. “Vamos buscar os agentes que me assediaram, que abusaram do poder. Meu licenciamento não é uma desistência, é o começo de uma luta”, conclui.

A Polícia Militar se pronunciou em nota e afirmou que, sobre as acusações, “não comenta sobre decisões que ocorrem fora da esfera da administração militar, decisões essas que ocorreram na Justiça Civil”.

Relembre o caso

O beijo entre Henrique e seu namorado aconteceu em janeiro de 2020. Ao lado dele, a cabo Cely Farias, que é lésbica, também beija a namorada.

Após os ataques, Henrique precisou ficar oito meses licenciado para cuidar de uma depressão e ansiedade, quadros que foram causados pelas reações de outros policiais diante do beijo na formatura.

A foto compartilhada foi comentada pelo tenente-coronel da reserva da PMDF, Ivon Correa, de forma homofóbica.

“Nós hoje somos motivo de chacota no Brasil inteiro. Muito obrigado, senhores. Os senhores conseguiram destruir a reputação da nossa Polícia Militar. [É uma] tentativa de enxovalhar essa farda que nós gastamos duzentos e cacetada anos para fazer o nome dela”, afirmou o tenente em áudio via WhatsApp.

“Não tenho nada a ver com a sexualidade deles. A porção terminal do intestino é deles e eles fazem o que quiserem. Uma coisa é o que se faz quando se está fardado. Aprendemos sempre que se deve preservar a honra e o pundonor policial militar, então é isso que foi quebrado ali. Aquela avacalhação, aquela frescura ali poderia ter sido evitada. É lamentável”, continuou.

Em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que o tenente terá de pagar indenização de R$25 mil por danos morais a Henrique. O juiz do caso, Pedro Matos de Arruda, afirmou que não há ações danosas ou libidinosas exibidas na foto. “É, de fato, apenas um beijo”.

*IG

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Edição Web: Jonathan Ferreira

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