A mãe de uma adolescente de 17 anos compareceu na sede da Delegacia Especializada Em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), na manhã desta quinta-feira (01), para prestar depoimento sobre uma denúncia contra um técnico de enfermagem que assediou a filha dela dentro do Hospital Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, enquanto a menor esperava para fazer cirurgia.
Segundo a mãe, o caso ocorreu no dia 16 de maio, quando a adolescente estava internada aguardando para realizar uma cirurgia de apêndice.
”Fui no setor de Serviço Social para resolver um problema, um técnico de enfermagem se apresentou e pediu para minha filha levantar o vestido para fazer exame físico. Ele começou a apalpar a barriga dela e logo em seguida, ele passou a mão nas partes íntimas dela. Ela estava deitada, inchada, sem poder andar, quando ele, em pé, encostou a parte íntima dele no braço dela, colocando pressão”, disse a mãe.
A mulher contou ainda que a ao ser assediada a filha entrou em desespero, sem poder reagir. “Ela começou a chorar, ele pediu calma, pegou nos lábios dela e disse que não faria nada, chamando ela de bebêzinha, insinuando que ela tinha cara de mulheres que gostam de homens mais velhos”, relatou a mãe da adolescente.
A mãe contou, ainda, que entrou em contato com a cooperativa que presta serviço terceirizado ao hospital no dia seguinte, relatando o ocorrido. A empresa pediu desculpa por conta da situação, mas informou que não poderia divulgar o nome do profissional e nem seu número de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM).
Sem muitas informações, a mãe da adolescente procurou a ouvidoria do hospital para realizar a denúncia, conseguindo a identificação que havia sido negada anteriormente. O técnico de enfermagem foi afastado da ocupação no dia 17 de maio.
”Eu sinto revolta. Quando a gente pensa que vai ter um acolhimento dentro de um hospital, nós não estamos seguras. Minha filha está sofrendo de ansiedade, ela não dorme, ela está em pânico, só eu sei o que nós estamos passando. Eu sei que irá aparecer outras vítimas, porque se ele fez isso com a minha filha, ele fez isso com outras mulheres”, relatou a mãe.
Em resposta à denúncia, o hospital informou que afastou o técnico de enfermagem e pontuou que a denúncia foi encaminhada ao Coren-AM para que a autarquia tome as providências cabíveis. Além disso, a unidade hospitalar se colocou à disposição para oferecer suporte psicossocial para vítima e familiares.
O órgão se manifestou dizendo que o profissional será chamado, assim como a menor de idade, para prestar esclarecimento. Um processo criminal deve ser aberto pela polícia contra o suspeito, após ouvir o depoimento da menor.
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