De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pelo menos 168 milhões de crianças em todo o mundo são vítimas de trabalho infantil. Essa estimativa alarmante foi divulgada nesta segunda-feira (12/06), Dia Internacional contra o Trabalho Infantil. A Organização Internacional do Trabalho também denuncia que mais de 20 em cada 100 crianças ingressam no mercado de trabalho por volta dos 15 anos.
O tema deste ano para o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil é “Justiça social para todos – Acabem com o trabalho infantil!”,
com o objetivo de impulsionar a luta contra essa prática prejudicial que afeta crianças em todo o mundo.
A ONU ressalta que, ao longo das últimas três décadas, a experiência conjunta no combate ao trabalho infantil demonstrou que é possível eliminá-lo, desde que as causas profundas sejam abordadas. A organização destaca a urgência de encontrar soluções para os problemas diários enfrentados pelas pessoas, com o trabalho infantil sendo um dos mais visíveis. Afirma-se que este é o momento de mostrar que a mudança é possível quando a vontade e a determinação se unem, acelerando os esforços em uma situação de grande urgência.
Embora nas últimas duas décadas o mundo tenha feito progressos consistentes na redução do trabalho infantil, os conflitos, as crises recentes e a pandemia de COVID-19 levaram mais famílias à pobreza, forçando milhões de crianças a trabalhar. Segundo as Nações Unidas, o crescimento econômico não tem sido suficiente nem inclusivo o bastante para aliviar a pressão enfrentada por muitas famílias e comunidades, levando-as a recorrer ao trabalho infantil.
Atualmente, aproximadamente 160 milhões de crianças ainda estão envolvidas em trabalho infantil em todo o mundo, o que equivale a quase uma em cada dez crianças. A incidência é maior no continente africano, onde estima-se que mais de 72 milhões de crianças sejam vítimas dessa prática.
As regiões da África, Ásia e Pacífico juntas são responsáveis por quase nove em cada dez crianças em situação de trabalho infantil globalmente. Em termos de incidência, 5% das crianças nas Américas, 4% na Europa e Ásia Central e 3% nos Estados Árabes estão envolvidas em trabalho infantil.
Embora a porcentagem de crianças em situação de trabalho infantil seja maior em países pobres, o número absoluto de crianças nessas condições é maior em países de renda média. Cerca de 84 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, o que representa 56% de todas as crianças nessa condição, vivem em países de renda média, e outros dois milhões vivem em países de alta renda.
Diante desses números alarmantes, a Organização Internacional do Trabalho defende a criação de uma Coalizão Global por Justiça Social, com a eliminação do trabalho infantil como prioridade. A OIT e o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas destacam que ainda existem 50 milhões de pessoas trabalhando em condições precárias.
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