Manaus (AM) – Nesta terça-feira (8), é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data em que se celebram as inúmeras conquistas obtidas pelo público feminino ao longo dos anos.
Representando pouco mais de 70% do quadro de 35.786 servidores, as mulheres possuem um papel primordial para a educação no Amazonas, como destaca a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc). São 18.678 profissionais de carreira e cerca de 6,3 mil terceirizadas.
Na capital, são 9.007 mulheres atuando em prol da educação, dentre educadoras, pedagogas, assistentes técnicos, cargos comissionados e de apoio específico à educação.
No interior, o número de mulheres também é superior ao de homens. São 9.671 profissionais distribuídas entre os 61 municípios do Amazonas.
Dentre as funções mais desempenhadas por mulheres em Manaus, onde se inclui a sede, são 6.101 professoras; 1.149 merendeiras; 512 assistentes técnicas, 500 auxiliares de serviços gerais, 473 pedagogas e 272 apoio específico à educação.
No interior, a sequência é a mesma, com 12.997 professoras; 2.474 mulheres no cargo de merendeira; 1.077 atuando como serviços gerais; 887 são assistentes técnicas; 832 são pedagogas e 411 estão em cargos de apoio específico à educação.
Além das profissionais do quadro da Seduc, atuam na rede estadual cerca de 6,3 mil mulheres em funções terceirizadas, com funções diversas nas áreas de engenharia, serviços gerais, alimentação, manutenção, tecnológica, entre outras.
Inspiração
Este expressivo número representa mulheres que a cada dia levam a educação a milhares de estudantes. E é na sala de aula que estas profissionais acreditam que, por meio do conhecimento, muitas histórias podem ser transformadas.
Isabel Saraiva é uma dessas profissionais que teve a sua trajetória mudada por meio da educação, e hoje se dedica a impactar os seus alunos da mesma forma.
Nascida em Teresina (PI), a futura doutora é fruto do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e conta que, apesar dos poucos incentivos, conseguiu superar barreiras e continuar firme nos estudos.
“Eu perdi alguns anos devido a alguns problemas, e para recuperar esse período, resolvi investir na EJA. Tive pouquíssimos estímulos de que conseguiria avançar nos estudos, porque existe um estigma muito grande: se você faz a EJA, você não vai conseguir seguir os seus estudos, porém eu não aceitei isso, pois eu acredito que quem determinaria aonde eu ia chegar seria eu”,
confessa a docente.
A educadora atualmente integra o time de professores que levam a educação aos lugares mais longínquos do estado.
O Ensino Presencial Mediado por Tecnologia, implantado em julho de 2007, vem sendo ampliado, a cada ano, para atender as demandas das comunidades rurais do Amazonas.
“Em 2011, ao chegar ao Amazonas, após ser aprovada no concurso, eu resolvi fazer o teste para o Centro de Mídias do Amazonas (Cemeam), e assim foi. Ainda é uma experiência incrível, porque hoje o que a gente faz aqui é normal, mas há 10 anos, isso era extraordinário, era pioneirismo”,
reflete Isabel.
Após anos de muita luta, Isabel Saraiva deixa uma mensagem importante para os alunos: “Hoje, instigo os jovens, digo a eles que existe vida após o Ensino Médio, que assim como eu, muitos jovens podem ascender socialmente. Hoje eu tenho uma vida muito confortável, graças a Deus, e tudo isso por conta dos estudos”, conclui.
*Agência Amazonas
Edição: Leonardo Sena
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