A temperatura do planeta subiu novamente na quinta-feira (6) para níveis nunca vistos na era moderna, marcando o quarto dia consecutivo de temperaturas recordes. Esses novos registros alarmantes são provavelmente as temperaturas mais altas em “pelo menos 100.000 anos”, disse um cientista.
A temperatura média diária global subiu para 17,23 graus Celsius (63,01 graus Fahrenheit) na quinta-feira, de acordo com o Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, que usa dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA.
Foi uma semana de temperaturas recordes. Na segunda-feira (10), a temperatura média global atingiu 17,01 graus Celsius (62,62 graus Fahrenheit), a mais alta dos dados do NCEP, que remontam a 1979. Na terça (4), subiu para 17,18 graus Celsius, onde permaneceu na quarta.
Antes desta semana, o recorde nos dados do NCEP era de 16,92 graus Celsius e foi estabelecido em agosto de 2016.
Embora os registros desta semana ainda não sejam oficiais, outra agência global de monitoramento do clima confirmou vários em seus próprios dados. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia disse que as temperaturas globais de segunda e terça-feira também foram recordes em seus dados, que remontam a 1940.
Embora os registros sejam baseados em conjuntos de dados observacionais que remontam apenas a meados do século 20, eles são “quase certamente” as temperaturas mais quentes que o planeta já viu em um período de tempo muito mais longo, de acordo com Jennifer Francis, cientista sênior da Woodwell. Centro de Pesquisas Climáticas.
Francis estimou que as temperaturas desta semana são as mais quentes “provavelmente voltando pelo menos 100.000 anos”, chamando os registros de “uma coisa enorme”.
Os cientistas sabem disso por causa dos muitos milênios de dados climáticos extraídos de proxies como anéis de árvores, núcleos de gelo e recifes de coral – dados que são a pedra angular para a compreensão do sistema climático e como os humanos contribuíram para o rápido aquecimento global desde a revolução industrial.
Robert Rohde, um cientista líder da Berkeley Earth que foi um dos primeiros a compartilhar que as temperaturas globais estavam subindo esta semana, disse que é muito provável que “vamos continuar vendo mais registros desses caindo” neste verão.
Julho é normalmente o mês mais quente do planeta, mas as temperaturas já estão em alta devido à combinação do El Niño – um fenômeno climático natural no Oceano Pacífico – e a crise climática causada pelo homem, que está elevando as temperaturas globais cada vez mais.
“Não é um recorde para comemorar e não será um recorde por muito tempo, com o verão do hemisfério norte ainda à frente e o El Niño se desenvolvendo”, Friederike Otto, professor sênior de ciência do clima no Grantham Institute for Climate Change and the Environment em Reino Unido,
disse no início desta semana.
“Isso apenas mostra que temos que parar de queimar combustíveis fósseis, não em décadas, agora”, disse Otto. Os registros de temperatura não são apenas números, “mas para muitas pessoas e ecossistemas é uma perda de vida e meios de subsistência”.
*Com informações da CNN Brasil
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