Manaus (AM) – Profissionais da biomedicina mostraram preocupação em relação à notícia que circulou, nesta quinta-feira (10), sobre uma mulher que foi presa suspeita de realizar procedimentos estéticos de forma clandestina ao se passar por biomédica, na cidade de Manaus. A farsante causou mutilações e deformações em pacientes.
O Em Tempo conversou com duas biomédicas, que comentaram sobre o caso e detalharam a atuação profissional e as habilidades legais que são permitidas, com base no código de ética da classe.
“Uma notícia preocupante. Me sinto preocupada com a situação. Porque considero vítimas as pessoas que se submetem a um procedimento confiando em um profissional que se diz profissional, mas que na verdade é falso. E há grande risco até mesmo de perderem a vida. Me sinto preocupada, me sinto triste, porque a profissão é uma profissão linda. Infelizmente, pessoas se aproveitam e muitos acabam pagando por isso”,
afirmou Sara Oliveira, biomédica que possui mais de 14 anos de profissão.
Segundo ela, a biomedicina tem várias áreas de atuação. O profissional pode se habilitar para atuar na área de análises clínicas, na medicina laboratorial, na medicina científica e na área da estética.
“Somos regidos por um conselho. Nós temos nosso código de ética e nós não podemos fazer procedimentos além do que nos permite o código”,
disse Sara, em relação aos procedimentos que não podem ser realizados por um profissional de biomedicina.
“A cirurgia plástica, em hipótese alguma, é permitida ao profissional biomédico. Na estética, o profissional biomédico trabalha com enzimas, com aplicações, com procedimentos que não exigem uma forma tão invasiva quanto à cirurgia plástica”,
acrescentou.
Descrédito com a profissão
Já para a biomédica Bianca Oliveira, além de ser um ato ilegal cometido pela falsa biomédica, a situação é ruim para a classe legítima, capaz de descredibilizar os profissionais legalmente habilitados.
“Cria-se um receio de que a população passe a acreditar que a realização de procedimentos estéticos com profissionais biomédicos-esteta (realmente qualificados) seja insegura ou perigosa, o que não é verdade”,
afirmou Bianca.
Bianca destacou, ainda, alguns procedimentos estéticos autorizados ao profissionais da área para realizar nos pacientes.
“Ao profissional biomédico-esteta, após graduação e os anos de especialização e qualificações é permitido apenas a prática de procedimentos minimamente invasivos, como: aplicação de toxina botulínica, carboxiterapia, PEIM (procedimento estético injetável para micro vasos), dentre outros”,
detalhou.
A falsa biomédica, identificada como Hozana Carneiro Ximenes, é, na verdade, professora de matemática e aprendia os procedimentos pela internet. Ela foi presa, nesta quinta-feira, no bairro Novo Israel, Zona Norte de Manaus.
Edição: Leonardo Sena
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