Brasília (DF) – A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em nota, que o ex-presidente pediu ao Ministério da Defesa a apuração sobre a segurança das urnas após o encontro com o hacker Walter Delgatti Neto no Palácio da Alvorada.
“A defesa esclarece ainda que, diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações
, diz a nota.
enquanto chefe de Estado”
Delgatti depôs nesta quinta-feira (17) à CPMI do 8 de janeiro e, entre outros pontos, detalhou um encontro que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o general Marcelo Câmara.
“A ideia era falar sobre as urnas, e a conversa foi técnica até que o presidente me disse: ‘A parte técnica eu não entendo. Então, eu irei enviá-lo ao Ministério da Defesa e com os técnicos você explica tudo isso’. A conversa se resumiu a isso. E ele pediu que eu fizesse o que o Duda [Lima] havia dito sobre o 7 de setembro.”
Segundo Delgatti, interlocutores do Partido Liberal (PL) lhe propuseram utilizar um aplicativo em uma urna eletrônica (possivelmente emprestada pela Ordem dos Advogados do Brasil) mostrando que era possível o eleitor selecionar um candidato e o dispositivo contabilizar voto para outro.
O hacker afirmou ter aceitado o encontro com a parlamentar por ela ter lhe oferecido um emprego.
“Nisso, apareceu a oportunidade da deputada Carla Zambelli de um encontro com o Bolsonaro. Ele queria que eu autenticasse a lisura das eleições e, por ser o presidente da República, eu fui ao encontro. Eu estava desamparado, sem emprego, e ofereceram um emprego a mim. Por isso que fui até eles”
, declarou Delgatti.
Ao ser questionando pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o hacker Walter Delgatti Neto declarou que seu encontro com membros do Partido Liberal (PL), em agosto de 2022, teve como objetivo discutir a “fragilidade das urnas eletrônicas”.
“A segunda ideia era, no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna, colocar um aplicativo meu lá e mostrar à população que é possível apertar um voto e sair outro. Eu faria o código-fonte da urna, não o do TSE. E nesse código meu eu inseria essas linhas, de códigos maliciosos. Feita para mostrar que a urna, se manipulada, sairia outro resultado. Um código-fonte fake.”
Na mesma nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que Delgatti apresentou “informações falsas” na CPMI e citou crime de “calúnia”. Mais cedo, a defesa do ex-presidente disse que entrará com uma queixa-crime contra o hacker. A informação foi confirmada ao âncora da CNN Leandro Magalhães.
*Com informações da CNN Brasil
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