A polícia de Kiev informou que um cinegrafista americano foi morto em um ataque em Irpin, nos arredores da capital ucraniana, neste domingo (13). O chefe da polícia local, Andrey Nebitov, identificou a vítima como Brent Renaud, de 51 anos. Renaud usava um crachá do New York Times, jornal para o qual já trabalhou, mas a publicação informou que ele não fazia mais parte do quadro de jornalistas da empresa.
“Nós estávamos em uma das primeiras pontes de Irpin, indo filmar outros refugiados saindo, e entramos em um carro. Uma pessoa se ofereceu para nos levar para a outra ponte e passamos por um posto de controle, e eles começaram a atirar em nós. Então o motorista virou e eles continuaram atirando; somos dois. Meu amigo é Brent Renaud, e ele foi baleado e deixado para trás. Eu o vi sendo baleado no pescoço e nos separamos”, contou.
Em duas décadas de carreira, Renaud venceu prêmios como Peabody e DuPont. Ele era conhecido por produzir histórias em zonas de conflito e já participou de projetos para empresas de mídia como HBO, NBC, Discovery, PBS e Vice News. Muitas vezes trabalhou em projetos de cinema e televisão com seu irmão, Craig Renaud. Na última década, os dois cobriram as guerras no Iraque e no Afeganistão, o terremoto no Haiti, a violência dos cartéis no México e os jovens refugiados na América Central, de acordo com seu site.
Renaud foi bolsista da Fundação Nieman para Jornalismo na Universidade de Harvard de 2018 a 2019. Ann Marie Lipinski, curadora da Fundação Nieman, postou no Twitter, neste domingo (13), que o jornalista “era talentoso e gentil, e seu trabalho era infundido com a humanidade”. Lamentando sua morte, ela disse que “o mundo e o jornalismo são menores por isso”.
Em nota, o NYT lamentou a morte e esclareceu que a colaboração mais recente com Renaud ocorreu em 2015.
“Estamos profundamente tristes ao saber da morte de Brent Renaud. Brent era um cineasta talentoso que contribuiu para o The New York Times ao longo dos anos. Embora ele tenha contribuído para o The Times no passado (mais recentemente em 2015), ele não foi designado para nenhuma cobertura do The Times na Ucrânia. Os primeiros relatos de que ele trabalhava para o Times circularam porque ele estava usando um crachá de imprensa do Times que havia sido emitido para uma tarefa há muitos anos”, informou o comunicado.
Anton Gerashchenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia, disse em comunicado que Renaud “pagou com a vida por tentar expor a crueldade do agressor”.
*O Globo
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Edição web: Jonathan Ferreira
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