A professora Jamile Demenciano, de 37 anos, se emociona ao lembrar do avô e dos desfiles de 7 de setembro que assistiam juntos quando era criança, no interior do Rio de Janeiro. Ela veio do entorno do Distrito Federal, onde mora agora, para o evento na Esplanada dos Ministérios, nesta quinta-feira (7).
“Isso é civismo, independentemente de questão ideológica. Meu avô é falecido e estou aqui também por ele. Eu falava pra ele que um dia ia a Brasília ver o desfile, então, pra mim, é emocionante este momento”,
disse.
Este ano, o slogan da semana é Democracia, soberania e união.
Para Jamile, é um tema necessário. “Fala da paz que a gente busca e soberania do nosso país, porque sabemos que ele é lindo e é de todos os brasileiros”, disse.
O clima estava tranquilo nas imediações do desfile e foi possível circular confortavelmente. Mas quem escolheu chegar um pouco mais tarde, por volta das 8h30, reclamou da limitação de público nas arquibancadas. Muitos não conseguiram entrar e tiveram que recorrer a algum dos telões espalhados na área externa.
Não é o caso de José Eustáquio, motorista de 73 anos, que chegou às 6h da manhã. Morador de Taguatinga, ele estava entre a minoria de pessoas que escolheu vestir a camisa amarela da seleção brasileira de futebol. Muitos, entretanto, agitavam bandeiras do Brasil.
“Fiz questão de vir pra celebrar a democracia. Colocar a camisa verde e amarela, apoiando o governo democrático e popular que elegemos”, disse. “Deus acima de qualquer coisa, como eles diziam antes. Mas Brasil acima de tudo, a democracia juntamente com essa grandeza que é esse país e o povo brasileiro tão sofrido”,
acrescentou.
Já o educador de trânsito José Maria do Nascimento, de 52 anos, não conseguiu acessar as arquibancadas. Ele veio de Fortaleza, como faz todos os anos para o 7 de setembro, e comparou o evento de hoje com o do ano passado.
“O desfile é tradicional, independentemente de política. Ano passado estava aqui, este ano novamente. Senti, ano passado, que o pessoal estava mais agitado, aglomerado; este ano está mais tranquilo. O Brasil tem que voltar a girar, como era antes. De 2020 para cá mudou muita coisa, em relação ao respeito às decisões dos outros. Quando a mulher diz ‘não’ para um homem, ele tem que aceitar. Quando as urnas deram um ‘não’, as pessoas têm que respeitar”,
disse, citando as eleições presidenciais de 2022 que elegeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O jardineiro Derisvan Lima da Silva, de 38 anos, também sempre frequentou os desfiles cívicos na Esplanada, exceto nos últimos quatro anos. Agora, em 2023, ele disse que sentiu seguro novamente e trouxe a filha Lorena, de 4 anos.
“Me sinto feliz onde estou hoje. Eu me sinto mais seguro hoje, Brasília precisa dessa tranquilidade”, disse .
A secretária Ivone Divina Marçal Dias, de 64 anos, também escolheu se vestir de amarelo e lembrou de quando assistia os desfiles com o pai, quando eles ainda aconteciam na Avenida W3, outra via do Plano Piloto.
“Hoje vim de amarelo. Essa cor é de todos nós”, disse. “Gosto de tudo, do povo, da alegria das pessoas. Não importa o que você defende, é um dia importante para todos, é a nossa pátria, a nossa liberdade e daqui pra frente só vamos querer o melhor”,
acrescentou.
Muitas famílias ocuparam o gramado da Esplanada dos Ministérios e puderam ver a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira, que encerra o desfile e é um dos pontos altos do evento cívico. O clima era de entusiasmo com as acrobacias das aeronaves.
Ao fim do desfile, as filhas da farmacêutica Marcela Souza Machado, de 42 anos, escolheram seus momentos favoritos. Além da Esquadrilha, foram eleitos a torre humana e o desfile de alunos das escolas públicas.
Foi a primeira vez que Marcela esteve no evento e disse que pretende voltar.
“Gostei bastante. Agora, vamos caminhar e ver a exposição”, disse. Mesmo quem não acompanhou o desfile oficial, teve acesso à exposição de veículos militares, instalada na área externa do evento, no gramado da Esplanada dos Ministérios.
Cerca de 50 mil pessoas compareceram ao evento nesta quinta-feira (7), segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. De acordo com Polícia Militar do Distrito Federal, não houve registro de ocorrências.
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A mídia de aluguel não tem vergonha ou escrúpulos em mentir descaradamente, o 7 de setembro foi um dia de luto para maioria dos brasileiros que estão vendo a quadrilha petralha destruir o país, calar, perseguir, cercear a liberdade dos adversários e cidadãos que ousem mostrar a verdade,