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Investigação

Após delação de Cid, PF investiga se Braga Netto atuou no 8/1

Os investigadores da PF mapeiam as reuniões realizadas no fim do ano passado entre Bolsonaro, Braga Netto e alguns dos integrantes das Forças Armadas

Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) investiga a participação do general Walter Braga Netto nos atos golpistas, após a delação do tenente-coronel Mauro Cid, homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O general, que também é ex-ministro da Defesa e foi candidato a vice na chapa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) no ano passado, foi acusado em delação de manter Bolsonaro à par das manifestações golpistas, tendo feito a “ponte” entre ele e os integrantes dos acampamentos.

Os investigadores da PF mapeiam as reuniões realizadas no fim do ano passado entre Bolsonaro, Braga Netto e alguns dos integrantes das Forças Armadas (FA). A maioria desses encontros teria ocorrido no Palácio da Alvorada, e uma das “agendas secretas” demonstra que Braga Netto teria encontrado Bolsonaro em pelo menos quatro ocasiões.

Braga Netto disse à colunista Bela Megale que “evitava comparecer a essas reuniões para não causar constrangimentos”, porque já “estava na reserva”.

Mauro Cid fez uma série de depoimentos à PF. Em um deles, teria dito que Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas e ministros no ano passado, com o tema intervenção militar em pauta. A ideia seria impedir a troca de governo.

Em novembro do ano passado, o Metrópoles havia mostrado a relação do general Braga Netto com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O general Braga Netto tinha dado expediente no local do “QG do Golpe” regularmente, na companhia de seu entourage, que inclui oficiais das Forças Armadas.

Mauro Cid e Bolsonaro

O tenente-coronel está vinculado a três investigações principais, analisadas pela PF: fraude em cartão de vacina da família Bolsonaro, desvio de presentes valiosos em suposto esquema que envolve o ex-presidente e articulação para tentar um golpe contra o estado democrático após a derrota de Bolsonaro contra o presidente Lula nas eleições de 2022.

Mauro Cid estava preso desde 3 de maio em Brasília, mas conseguiu o acordo de delação premiada, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O militar está afastado de suas funções no Exército. Contudo, mantém o salário de R$ 27 mil, conforme previsto em lei.

Nas últimas semanas, Cid prestou uma série de depoimentos à Polícia Federal, inclusive no âmbito do inquérito que apura as ações do hacker Waler Delgatti Neto contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

*Com informações do Metrópoles

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