(Manaus) – A capital amazonense está se transformando em uma prisão de fumaça tóxica. O que começou como um incômodo logo se transformou em uma crise que sufoca seus cidadãos. Pelo segundo dia consecutivo, a capital do Amazonas permanece encoberta por uma cortina de fumaça que não dá trégua. Imagens de alguns pontos da cidade mostram a forte neblina de fumaça tomando conta das ruas rapidamente.
O pesadelo começou como um eco distante de incêndios no interior do estado. Mas o que era uma preocupação em segundo plano, há dias, agora é uma ameaça diária. Manaus, conhecida por sua beleza natural, está se tornando um ambiente de agonia.
A fumaça, com um odor forte e pungente, não se dissipa mais ao longo do dia. Ela permanece à altura das casas, invadindo lares e almas. A respiração, essencial à vida, tornou-se um luxo para muitos. Pessoas com problemas respiratórios enfrentam um desafio maior, enquanto até aqueles que estavam saudáveis agora experimentam sintomas alarmantes.
Narizes sangrando, tosse incessante, olhos lacrimejantes e uma sensação constante de falta de ar tornaram-se uma realidade inegável. Manaus, uma cidade conhecida por sua hospitalidade e alegria, agora luta para respirar.
As máscaras, antes associadas a ambientes poluídos, agora são equipamento obrigatório para enfrentar o cotidiano. Abrir as janelas é um luxo que poucos podem se dar. As lavagens nasais são uma rotina diária na tentativa de amenizar o impacto na saúde.
Manaus, que antes era chamada de paraíso tropical, agora se encontra aprisionada em uma nuvem de aflição. A fumaça sufocante lembra a todos que o combate às queimadas e a proteção da floresta amazônica não é apenas uma opção, mas uma necessidade vital. Enquanto Manaus se debate na fumaça, o resto do mundo é lembrado de que a Amazônia está queimando.
Fumaça vem da Região Metropolitana, diz Ibama
Na noite da quarta-feira, o Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, disse que a ‘onda de fumaça’ que encobre Manaus está vindo dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas.
Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação.
— Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas
Segundo o superintendente, há brigadistas tentando apagar as chamas. “O Ibama tem 45 brigadistas atuando em um grande incêndio ambiental, o maior da região, no município do Careiro, na tentativa de diminuir essa fumaça, que está sendo carregada de lá para a cidade de Manaus”, disse o superintendente.
De acordo com as autoridades, o estado do Amazonas registrou 9 mil focos de incêndio entre setembro e outubro, o que fez com que o estado decretasse emergência ambiental.
Segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Autazes é o quarto município que mais registra queimadas em toda a Amazônia Legal no mês de outubro. Somente nos dez primeiros dias do mês a cidade registrou 236 focos de calor.
Autazes e Careiro, inclusive, estão localizadas na região da BR-319, que tem a sua revitalização cobrada por políticos do estado e é palco de discussão entre ambientalistas e pecuaristas.
*Com informações portal CM7 e do G1
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