Na edição especial de comemoração aos 354 anos da capital amazonense, o ex-deputado federal e atual superintendente da Zona Franca de Manaus, João Bosco Gomes Saraiva, é o entrevistado do Com a Palavra. Saraiva comenta ao Em Tempo sobre a importância da Zona Franca de Manaus ao estado e sua atual função e avanços em sua função como superintendente. “A Zona Franca de Manaus é um marco no desenvolvimento do nosso Estado e da nossa região.”
Nascido em Manaus (AM), graduado em Tecnologia em Gestão de Marketing e pós-graduado em Administração Avançada e Controle de Marketing, Bosco Saraiva acumula mais de 40 anos de experiências nos setores industrial, urbano e político-econômico do Estado do Amazonas. Durante maior parte da década de 1980, atuou em cargos técnicos e de chefia em empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), como Semp Toshiba, Sharp do Brasil e Gradiente Industrial.
A partir da década de 1990, dedicou-se a uma ampla trajetória em cargos públicos e eletivos, em postos de representatividade durante suas passagens tanto por órgãos governamentais, como o Instituto de Previdência do Amazonas (Ipasea), o Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Manaus (Implurb), a Secretaria de Infraestrutura do Amazonas (Seinfra) e a Secretaria de Estado da Segurança Pública, quanto em mandatos na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e Câmara dos Deputados
Na Câmara, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (Cdeics), onde dedicou-se exclusivamente à defesa dos interesses e das vantagens comparativas do modelo Zona Franca de Manaus. Saraiva também foi vice-governador do Amazonas, em 2017, assumindo a Secretaria de Segurança Pública, no período de outubro de 2017 a abril de 2018.
Eleito deputado federal em 2018, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Federal (Cdeics), importante comissão para a manutenção da Zona Franca de Manaus (ZFM), que Bosco Saraiva defendeu durante toda a sua gestão frente à comissão nos anos de 2019 a 2021.
Bosco Saraiva é o autor da lei da meia-entrada para estudantes em eventos culturais e da lei que instituiu o Imposto Simplificado, conhecido como Simples.
Em Tempo – Nestes 354 anos, a Zona Franca de Manaus representou um importante polo industrial de avanço para a economia da cidade. Quais são os planos que o senhor gostaria de destacar que contribuirão com o avanço a ZFM?
Bosco Saraiva – A Zona Franca de Manaus é um marco no desenvolvimento do nosso Estado e da nossa região. No início dos anos 1970, quando as fábricas começaram a se instalar na cidade de Manaus, nós iniciamos um processo de preparação de uma cidade industriária, que é o que nós somos hoje depois de 50 anos de funcionamento pleno do Polo Industrial de Manaus, da Zona Franca Verde e do desenvolvimento do Distrito Agropecuário da Suframa, o DAS. Portanto, a Zona Franca de Manaus continua sendo, e seguirá sendo, pelas próximas décadas, o grande motor da economia da Amazônia.
ET – Como está sendo esses primeiros meses de trabalho na Superintendência da Zona Franca de Manaus?
Bosco Saraiva – O nosso trabalho consiste, diariamente, em restabelecer a integração regional, as relações com Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, restabelecer as relações próximas com os municípios do interior do Estado do Amazonas e dos demais estados da Amazônia Legal e do Amapá, e também reaproximar a Superintendência da Zona Franca de Manaus de toda a população, da coletividade de uma forma geral, dos agentes que operam na transformação da nossa região para melhor preparar o seu desenvolvimento. Nós temos como pilares, efetivar a transparência e a modernização da Suframa.
ET- O senhor tem demonstrado interesse em investimentos no avanço de tecnologias e informáticas na Amazônia. Qual planejamento para melhor desenvolvimento deste setor principalmente no interior do estado?
Bosco Saraiva – A nossa Lei de Informática é uma dádiva que nós temos, que temos de preservar, porque ela não apenas está avançando no sentido do desenvolvimento de novas tecnologias em todos os setores de atuação da sociedade, desde a Indústria 4.0, a Inteligência Artificial, até o setor primário, além da contribuição intelectual que está sendo dada a milhares de jovens da capital e do interior do estado. Portanto, nós temos enorme preocupação com a nossa Lei de Informática, com os recursos que são investidos em desenvolvimento tecnológico e em inovação.
ET – Como tem sido esse contato com os municípios do interior do Amazonas, de que forma o senhor conseguiu integrá-los na economia da ZFM?
Bosco Saraiva – Nós temos tido bastante objetividade no contato com os municípios, nós simplesmente estamos juntando a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e também o Banco da Amazônia (BASA), juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI), que é a secretaria do governo do Amazonas, e temos ido ao encontro dos empresários pequenos, médios e grandes dos municípios do interior.
ET – Em setembro foi anunciado que a Suframa e a Sedecti trabalharão juntas defendendo os interesses do Amazonas. O que o senhor pretende com essa parceria? Quais serão os avanços para a capital e para o Amazonas?
Bosco Saraiva – Nós somos poucos e moramos longe. Portanto, nós precisamos estar unidos. A ida do secretário Serafim Corrêa para a Sedecti, para mim, foi recebida com muita alegria, porque ele é um bom companheiro que eu tive desde a Câmara Municipal de Manaus, e logo na chegada dele lá, nós integramos nossas ações e estamos fazendo isso em favor das empresas, tanto da capital quanto do interior. Nós estamos em uma batalha muito forte pelo alfandegamento do porto de Tabatinga, para que a gente possa num futuro muito breve, aprimorar e melhorar as nossas exportações. Esse é só um exemplo de como se deve fazer, e como se pode ajudar a população de uma forma geral, estando unidos e trabalhando em prol do nosso estado.
ET – O senhor já esteve em diversos cargos da política amazonense, de que forma toda essa experiencia contribuiu ao seu atual cargo como Superintendente da Suframa?
Bosco Saraiva – Eu me qualifico como um operário do meu estado. Eu assumi diversos cargos nos três níveis do legislativo e também nos três níveis do executivo. Fui secretário de município, fui secretário de Estado e agora estou em uma autarquia federal importantíssima para a nossa região, e eu sigo trabalhando com afinco, com dedicação – a mesma dedicação que me levou lá atrás, em 1991 à diretoria administrativa financeira do Ipasea, antes mesmo de ser vereador de Manaus- , eu continuo com a mesma força de trabalho que eu sempre tive, a minha característica, e graças a Deus aqui na Suframa está dando tudo certo. Eu consegui montar uma equipe muito enxuta, que está trabalhando muito fortemente para restabelecer as relações da Suframa com a população de uma forma geral, e também promover o desenvolvimento trabalhando pela modernização da Suframa de uma forma muito rápida e eficaz.
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