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Violência contra a mulher

Número de feminicídio cresce 87,5% e estupro diminui no AM

Situação das mulheres no país preocupa as autoridades após a divulgação destes percentuais de violência

Reprodução: Divulgação

Manaus (AM) – O Fórum de Segurança Brasileiro divulgou na segunda-feira (13), o relatório “Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2023”. O material reúne dados estatísticos e os números no Amazonas trazem a tona a real situação do estado sobre a violência voltada às mulheres.

Em comparação ao primeiro semestre de 2022, o Amazonas registrou um aumento de 87,5% em casos de feminicídio. No ano de 2019, foram registrados 7 casos; em 2020, foram 6; em 2021, 6; em 2022, 8; e neste ano de 2023, foram 15.

Já os homicídios dolosos, foram registrados 39 casos em 2022, já em 2023, foram 53. Houve um aumento de 35,9%.

Ao contrário dos feminicídios, os números de estupros caíram no Amazonas, segundo dados dos registros. Em 2019, foram contabilizados 416 casos; em 2020, foram 346; em 2021, 355; em 2022, 399; e em 2023, foram 350 casos.

Em relação ao ano anterior, houve uma redução de 12,3%. Já em relação ao primeiro ano de contagem, 2019, a queda foi de 15,9%.

“A maior parte das vítimas de violência sexual no Brasil são crianças, e o local onde essa violência ocorre é dentro das próprias casas, com autoria de pessoas conhecidas das vítimas, geralmente familiares. Esse contexto faz com que seja muito difícil para as vítimas reconhecerem as violências que sofrem, tanto pela falta de conhecimento sobre o tema, como pelo vínculo com o agressor”

cita o estudo.

Violência contra a mulher no Brasil

A situação das mulheres no país preocupa as autoridades após a divulgação destes percentuais de violência. Segundo dados dos boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e
do Distrito Federal, no primeiro semestre de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, crescimento de 2,6% comparado ao mesmo período do ano anterior, quando 704 mulheres foram assassinadas por razões de gênero.

No ano de 2019, foram registrados 631 casos de feminicídio no Brasil; em 2020, foram 664; em 2021, 677; em 2022, 704; já em 2023, foram 722. Entre o primeiro semestre de 2019 e o primeiro semestre de
2023, houve um aumento de 14,4% no número de vítimas de feminicídio.

No panorama nacional, os casos de estupro também cresceram em relação aos anos anteriores. De acordo com o fórum, o Brasil registrou 34 mil casos de estupro e estupro de vulnerável de meninas e mulheres no primeiro semestre deste ano, crescimento de 14,9% em relação ao mesmo período do
ano passado.

Ou seja, a cada 8 minutos uma menina ou mulher foi estuprada entre janeiro e junho no Brasil, maior
número da série iniciada em 2019.

O relatório apontou ainda que todas as regiões apresentaram crescimento nos casos de estupro e estupro de vulnerável no 1º semestre de 2023 quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

Rede de apoio

Em Manaus, as mulheres vítimas de violência são abrigadas na Casa de Acolhimento para Mulheres Ycamiabas. Com atendimento 24 horas, a instituição é administrada pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), sendo responsável por fornecer abrigo e atendimento psicossocial para mulheres e seus filhos que se encontram em situação de violência ou vulnerabilidade social.

“O trabalho da Ycamiabas para o município de Manaus é de suma importância, pois atendemos dois tipos de perfis que muitas vezes são considerados um só, que são as mulheres vítimas de violência e as mulheres em estado de vulnerabilidade social. São situações diferentes e que requerem atendimentos diferentes, e é exatamente isso que buscamos ofertar aqui”

explicou a coordenadora do equipamento, Gessilvia Lima.

Segundo a prefeitura, o atendimento é realizado somente por meio de encaminhamentos expedidos por outros equipamentos e instituições da Rede de Atendimento à Mulher, como delegacias, varas especializadas no combate à violência doméstica e familiar e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

Atualmente há apenas três mulheres abrigadas na casa de acolhimento Ycamiabas.

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