Em entrevista no último domingo (19), a empregada doméstica que trabalhava com o jogador Neymar, detalhou a situação que vivia e também detalhes do que vivia na casa do atacante do Al Hilal, além de sua demissão por outros funcionários do jogador.
A moça, que não teve a identidade revelada, pede agora uma indenização de R$ 2 milhões em processo que corre na Justiça da França, no Tribunal do Trabalho de Saint-Germain-en-Laye, no departamento de Yvelines.
A acusação é de que Neymar tenha feito “travail dissimulé”, que na tradução para o português significa trabalho oculto, que é quando o empregador faz com que o seu empregado tenha um trabalho não declarado, desrespeitando as formalidades legais que estão vigentes na legislação trabalhista francesa.
Um exemplo claro é quando o empregador não emite as folhas de pagamento para o seu funcionário. A ex-trabalhadora alega ter trabalhado cerca de 70 horas semanais, sem poder tirar férias e nem ter folga.
Chorando, ela relatou sobre o dia em que foi mandada embora, em outubro de 2022. Ela, que estava grávida de seu quarto filho, falou sobre o que ouviu naquele momento.
“A secretária me chamou e falou assim: ‘Aqui está seu pagamento, não precisa vir mais, resolva sua vida pessoal (a minha gestação)’”,
revelou.
Eles mandaram eu buscar o meu dinheiro com o segurança da entrada principal. (Fiquei) sem apoio nenhum. Nisso, tive até minha luz cortada por uma semana”, disse.
Chegada a Paris
Ela contou que chegou em Paris em 2018, junto ao ex-marido e aos seus filhos para tentar a sorte no país. Uma amiga que conheceu na cidade indicou a casa do jogador para que ela trabalhasse, sendo seu primeiro dia na festa de 27 anos do jogador, que foi realizada no começo de 2019. Ela começou trabalhando como auxiliar de barman e de cozinha, apenas aos domingos, mas foi ganhando a confiança da família.
Passou a cuidar de toda a limpeza da casa, incluindo a arrumação do quarto, mas também fazia trabalhos, segundo ela, fora do que foi combinado, como fazer as unhas de Carol Dantas, mãe de um dos filhos de Neymar, chegando até a parar de fazer seu trabalho para isso. Ela diz que ganhava por volta de 15 euros tendo uma escala de 55 horas semanais, sendo que chegou a fazer 70 horas.
Dificuldades e necessidade do emprego
Perguntada por que aceitou ficar nesse emprego, ela foi enfática e disse que era um modo de sobreviver.
“Eles me perguntavam (sobre ficar mais tempo na casa) e eu aceitava porque eu preciso — e precisava. Ser mãe solo com quatro filhos não é brincadeira. Em final de semana, eu trabalhava durante a noite. Como tinha que voltar no outro dia cedo, eu dormia lá. Só que nunca fui paga com adicional noturno. Eu fazia as minhas horas do jeito que pediam, mas eu não sabia disso”, afirmou.
*Com informações do Metrópoles
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