Manaus (AM) – O escritor amazonense, Jan Santos, 30, realizará, neste sábado (25), às 18h, o lançamento do seu novo livro “Rudá: o filho da terra e das estrelas”, na Livraria Leitura, no Amazonas Shopping. O livro celebra os 10 anos de atuação do autor no mundo da literatura.
Ambientado na floresta amazônica, o livro aborda sobre problemas ambientais e os povos originários. Rudá, uma criaturinha órfã, sai em busca dos semelhantes em uma Amazônia solitária. O livro foi escrito ainda nos dias de pandemia, período onde ficou incerto o destino na Terra.
“‘Rudá’ é sobre chamar a atenção para isso: somente juntos podemos resolver um problema que juntos criamos. O livro conta ainda com o recurso de descrição de imagens, uma medida de acessibilidade que assegura que a mensagem do livro atinja também as pessoas cegas e com baixa visão”, explica o escritor Jan Santos.
Para incentivar a aquisição prévia, o projeto literário conta com os trabalhos dos artistas Carol Peace e Júlio Bentes, responsáveis por produzirem itens limitados que vão acompanhar os livros, como ecobags e cadernos artesanais. Basta clicar em https://www.catarse.me/ruda para ver quais itens exclusivos estão disponíveis.
Sinopse
Após um grande Mal assolar o planeta, a Floresta Amazônica voltou a ser um lugar silencioso, mas não abandonado. Nas árvores, mora Rudá, uma criatura que, após perder o pai, precisa encontrar outros como ele para não ficar sozinho.
Isso não será uma tarefa fácil, pois o caminho que seu pai disse para seguir está fechado, protegido por antigos poderes ancestrais. Se quiser encontrar uma família, a criaturinha precisa não apenas desbravar a estrada proibida, mas garantir também que o Mal nunca mais desperte.
Percurso literário
O novo trabalho exalta os 10 anos de vivências de Jan Santos no mundo da literatura. Ele iniciou a carreira aos 20 anos, como escritor de fantasia, em 2013, com o lançamento de “Evangeline – Relatos de um mundo sem luz”.
“Sempre gostei de ler desde muito novo, então me envolver nesse mundo era apenas uma questão de tempo. Sou formado e tenho mestrado em Letras pela Ufam, então toda a minha vida profissional gira em torno da literatura, além de celebrar e fomentar essa arte aqui na nossa cidade”,
destaca.
Nos 10 anos de carreira, o autor colocou na escrita o próprio desenvolvimento pessoal. “Quando lancei ‘Evangeline’, estava ainda buscando uma voz própria, de modo que é mais uma homenagem aos autores que admiro do que de fato minha marca pessoal. Já nos próximos, ‘Rainha de Maio’ (2016) e ‘O dia em que enterrei Miguel Arcanjo’ (2019), me senti bem mais seguro acerca da minha identidade e do mundo que me cerca, e neles enfatizarei que sou, acima de qualquer coisa, um autor amazônida”, lembra.
Com o desenvolvimento da própria escrita, Jan chegou a ser indicado ao maior prêmio de literatura do País, o Jabuti. Ao lado do ilustrador Yan Bentes, “O livro do rio: Iguaraguá” (2021), baseado na cultura e na mitologia amazônica, foi indicado às categorias “Livro Infantil” e “Ilustração” na 64.ª edição da premiação.
“Com ‘O livro do rio’, percebo exatamente o que quero dizer, o que quero deixar no mundo, e tudo isso ao lado da arte de Yan Bentes, meu parceiro e frequente colaborador nas publicações mais recentes. Tudo isso me leva até ‘Rudá’, o momento em que tudo o que aprendi é usado para expressar minhas preocupações e ansiedades sobre a catástrofe climática que enfrentamos e as consequências de nossa irresponsabilidade conosco mesmos e o planeta”,
salienta.
Escritor do Amazonas
Nascido no Amazonas, Jan Santos se dedica hoje a expressar as preocupações com o meio ambiente, trazer para os leitores contos e mitologias da cultura amazônica, além de evidenciar os povos originários que vivem na região Norte.
“Sou filho desta terra, e dela sempre fui devoto. Entendo que, hoje, não há nada mais importante no país do que lutar por ela, porque, sim, é uma luta constante. Os povos indígenas estão na linha de frente, sofrem e sangram todos os dias para mantê-la viva, pois são um só com ela”,
argumenta.
“Enquanto escritor, professor e cidadão amazonense, é meu dever usar as ferramentas que tenho para somar com essa batalha, ao ser uma batalha pela vida, é a única batalha que, no fim das contas, importa se quisermos continuar respirando. Os povos indígenas avisam sobre isso há décadas, já passa da hora de ouvirmos”, conclui.
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