Brasília (DF) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado 40 vezes no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos. De acordo com o documento, o ex-chefe do Executivo foi responsável por acrescentar elementos que potencializaram a divisão política no país.
A leitura do relatório teve início às 9h desta quarta-feira (29) no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O texto passará por votação para que seja aprovado pela casa parlamentar.
Apesar das citações, Bolsonaro é inocentado. Segundo o documento, não há evidências sólidas que apoiem a alegação de que o ex-presidente tenha planejado ou executado, nos atos de 8 de janeiro de 2023, um golpe de Estado no Brasil.
Em outro trecho, é ressaltado que Bolsonaro adotou em todo o seu governo postura beligerante, liderança provocativa, retórica agressiva. O ex-presidente também é apontado por construir uma narrativa para descredibilizar as eleições no Brasil. “Reiterando, sistematicamente, sobre a possibilidade de fraude às urnas eletrônicas”, reforçou o texto.
“O ex-presidente anunciou em uma de suas lives que apresentaria provas de suas acusações, o que nunca aconteceu. Noutra ocasião, distorceu informações de um inquérito policial da Polícia Federal alegando, incorretamente que o Tribunal Superior Eleitoral havia reconhecido ‘invasão hacker as urnas’”, exemplificou.
Em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a Comissão apura os ataques contra a democracia de 8 de Janeiro. Conforme o Metrópoles adiantou, o relatório final da CPI apresentou 444 páginas e 136 indiciados.Também constam no texto o crime pelo qual cada um deve responder, no entendimento da CPI, e a prova da ação criminosa.
Os indiciados compõem quatro grupos principais. Aqueles que instigaram as pessoas a participar dos atos, aqueles que financiaram golpistas, os que foram omissos e os que efetivamente estiveram na Praça dos Três Poderes na data praticando ações violentas para anular o resultado das eleições.
A CPI dos Atos Antidemocráticos se tornou histórica na Casa e no DF. Em andamento há nove meses, a Comissão ouviu 30 pessoas entre fevereiro e novembro. Foram colhidos depoimentos de autoridades, como ex-ministros, generais, membros da alta cúpula da Polícia Militar do DF (PMDF) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e de figuras-chave da tentativa de golpe, como lideranças e financiadores.
*Com informações do Metrópoles
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