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Editorial

Vergonha nacional

Agora demissionário, o ministro poderá se complicar muito caso não consiga esclarecer os motivos que permitiram aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuarem como intermediários

Divulgação

Consumou-se ontem o que deputados e senadores previam para acontecer esta semana: a queda do Milton Ribeiro do Ministério da Educação após as bombásticas denúncias, que escandalizaram o país, feitas pelos jornais Estadão e Folha de São Paulo.

Como é do pleno conhecimento público, o cerco das investigações contra Milton se fechou no âmbito do Supremo Tribunal Federal, onde a ministra Carmen Lúcia autorizou a abertura de um inquérito para apurar suspeitas de que o ministro favoreceu pedidos de pastores na liberação de recursos do MEC para prefeituras de aliados. Carmen considerou “os fatos são gravíssimos e agressivos à cidadania e à integridade das instituições republicanas que parecem configurar práticas delituosas”.

No Congresso, o deputado Professor Israel (PV-DF) segue firme lutando pela formação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar “crimes comuns, crimes de responsabilidade e atos de improbidade administrativa na liberação de verbas públicas da educação pública”.

Na próxima quinta-feira (31), está prevista a ida de Milton à Comissão de Educação do Senado, da qual faz parte o senador amazonense Omar Aziz (PSD), juntamente com Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Simone Tebet (MDB-MS). Lá, Omar e seus colegas parlamentares exigirão explicações claras e detalhadas sobre o escândalo.

Agora demissionário, o ministro poderá se complicar muito caso não consiga esclarecer os motivos que permitiram aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuarem como intermediários, de forma nada republicana, na destinação a amigos dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

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