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Levantamento

IBGE aponta aumento do números de casamento e queda em divórcios no AM

Estatísticas derivadas dessas informações constituem um importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional no País

Foto: Reprodução

Manaus (AM) – A pesquisa Estatísticas do Registro Civil, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados sobre nascimentos, casamentos, divórcios e óbitos no ano de 2022, no Amazonas.

Naquele ano, o Amazonas registrou 67.714 nascimentos, 14.093 casamentos, 5.479 divórcios e 18.275 óbitos. Só na capital, Manaus, foram 33.575 nascimentos, 8.714 casamentos, 4.426 divórcios e 11.502 óbitos. Além disso, o Amazonas tem o segundo maior percentual de registros de nascimentos tardios do país. Os dados mostram, ainda, redução no número de nascimentos, tanto no Estado quanto na capital amazonense.

No mesmo sentido, o número de óbitos reduziu entre 2020 e 2021, embora ainda não tenha voltado aos níveis anteriores à pandemia. Capital e municípios do interior mostraram um alto percentual de morte não naturais (violentas), o que eleva a taxa da média nacional.

As estatísticas derivadas dessas informações constituem um importante instrumento de acompanhamento da evolução populacional no País, proporcionando, além de estudos demográficos, subsídios para a implementação e avaliação de políticas públicas. Já os registros de casamentos oficiais, por sua vez, contribuem para uma melhor compreensão das mudanças ocorridas na sociedade brasileira, no que se refere aos arranjos conjugais oficiais.

Número de nascimentos reduziu no Estado, mas continua crescente na capital

Na comparação com 2021 observou-se, no Amazonas, uma diminuição de -4,4% no número de nascimentos ocorridos no ano. O percentual equivale a menos 1.234 nascimentos em 2022. Já Manaus contabilizou 72 nascimentos a mais, no mesmo ano.

Entre as Unidades da Federação com maior queda de nascimentos, o Amazonas ficou com a 15ª posição (-4,4%). A primeira com maior redução de nascimentos foi Paraíba (-9,9%) e a com menor diminuição de nascimentos foi Santa Catarina (2,0%).

Maior retração no número de nascimento aconteceu no período pandêmico

No Amazonas, dos nascidos vivos no ano de 2022, foram efetuados 2.537.078 registros de nascimentos em cartórios no Brasil. Na comparação com 2021, observou-se, em 2022, uma queda de 3,5% no número de nascimentos ocorridos no ano e registrados, o que corresponde a uma redução de 93.625 nascimentos.

Em 2015 o número de nascimentos no Amazonas, por ano, era de cerca de 73 mil nascimentos. No período pandêmico de 2020 este número foi o menor da série de oito anos (66.809 nascidos vivos). Comparando 2022 com 2019, a redução foi de 4.430 nascimentos. 

Registros tardios

Em 2022, o número de nascidos vivos registrados, em todo Estado, foi de 78.976 pessoas, dos quais 85,7% (67.714) nasceram no ano, e outros 14,2% (11.260) foram pessoas que nasceram em anos anteriores e entraram nas estatísticas dos chamados “registros tardios”. Nesse grupo, o Amazonas é segundo Estado do país com maior percentual de registros tardios, ficando atrás apenas do Amapá.

A posição do Estado é puxada principalmente pelos municípios do interior. Em 2022, somente 12 dos 62 municípios do Estado tiveram ao menos 10% de registro tardios. Careiro, Japurá e Santa Isabel do Rio Negro tiveram até 44% de pessoas registradas e que nasceram antes de 2022. Em Barcelos, Caapiranga, Manaquiri e Pauini o percentual ficou entre 30% e 38%. Já em Manaus, o percentual de registro ,fora da época adequada, foi de 10%.

Mães entre 20 a 24 anos registram maior nascimentos

No Amazonas, a faixa etária das mães com maior ocorrência de nascimentos, em 2022, foi a de 20 a 24 anos, com 19.095 nascidos vivos. Em seguida veio a faixa etária de 25 a 29 anos (15.766 nascidos vivos), seguida pelas mulheres de 30 a 34 anos (10.654 nascidos vivos). A faixa etária com menor quantidade de nascidos vivos foi a das mulheres de 50 anos ou mais (20 nascimentos em 2022). Na capital do Estado, Manaus, a quantidade de nascimentos seguiu a mesma linha de faixas etárias do Estado: entre 20 e 24 anos (8.964 nascidos vivos); na faixa etária de 25 a 29 anos (8.543 nascidos vivos) e entre 30 e 34 anos (6.064 nascidos vivos). Na faixa etária das mulheres de 50 anos ou mais a quantidade de nascidos vivos registrada, em 2022, foi de apenas 3 nascimentos.

Janeiro foi o mês de maior frequência de nascimentos no Amazonas

No Estado, no que se refere à frequência de nascimentos a maioria ocorreu no mês de janeiro, dentro da série histórica de 2015 a 2022 e o menor número ocorreu em dezembro. A frequência em tais meses mostra tendência de anos anteriores de um maior volume de nascimentos no primeiro semestre, no mês de janeiro.

Em Manaus, o mês de janeiro aparece como o com maior número de nascimentos, no mesmo período da série histórica. Fevereiro registra o menor número de nascimentos.

Casamentos no Amazonas e em Manaus

O Amazonas registrou, em 2022, um total de 14.093 casamentos. O número foi superior em 894 casamentos do que o ano anterior. Do total de casamentos, 13.988 foram de casais heterossexuais; 29 entre cônjuges masculinos e 76 entre cônjuges femininos. Já Manaus registrou 8.714 casamentos, em 2022, sendo 8.621 de casais heterossexuais, 25 de cônjuges masculinos e 68 de cônjuges femininos.

A pesquisa mostra que tanto no Brasil, quanto no Amazonas e Manaus, o número de casamentos entre cônjuges masculinos, vem caindo de ano para ano, desde 2015. Por outro lado, os casamentos entre cônjuges femininos vêm aumentando, para nos mesmos níveis geográficos.

No Brasil, 970.041 registros de casamentos civis foram realizados em Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, em 2022, o que representa um aumento de 4,0% em relação ao ano anterior. Desse total, 11.022 ocorreram entre pessoas do mesmo sexo. Todas as Grandes Regiões assinalaram aumento no número de casamentos civis registrados em cartórios, especialmente a Região Sul, que apresentou acréscimo de 9,5%.

Nos casamentos civis entre cônjuges solteiros de sexos distintos e com 15 anos ou mais, a diferença das idades médias ao contrair a união foi de aproximadamente dois anos, sendo que os homens se casaram, em média, aos 31,5 anos, e as mulheres, aos 29,1 anos de idade. Esse comportamento é homogêneo entre as Grandes Regiões, com as idades médias variando de 30,9 a 33,2 anos, entre os homens, e de 28,5 a 30,3 anos, entre as mulheres. No que diz respeito aos casamentos civis entre pessoas solteiras do mesmo sexo, a idade média ao contrair a união foi de aproximadamente 34,3 anos, entre os homens, e de 32,7 anos, entre as mulheres. Quanto às diferenças regionais, as idades variaram de 32,0 a 35,0 anos, entre os homens, e de 31,3 a 33,5, entre as mulheres.

Divórcios

Nos últimos oito anos, o número de divórcios no Brasil cresceu 27,7%. No Amazonas, no mesmo período, o número de divórcios caiu 15,8%. No período, entre os municípios amazonenses, apenas oito apresentaram queda no número de divórcios, com destaque para a Fonte Boa (-66%), Barreirinha (-45%) e São Gabriel da Cachoeira (-30%). Por outro lado, 54 municípios tiveram crescimento no número de divórcios entre 2015 e 2022, destaque para Boca do Acre (1.533%), Carauari (1.100%), Alvarães (500%) e Autazes (475%).

Comparando anos pré-pandemia (2019) com pós-pandemia (2022). O número de divórcio cresceu 9,6% no país. No Amazonas a elevação foi de 86%, indicando um crescimento acima da média histórica. Entre os municípios, somente dez tiveram queda. Outros 52 aumentaram significativamente o número de divórcios, no período comparado, com destaque para Iranduba (2.200%), Boca do Acre (1.533%), Beruri (800%), Atalaia do Norte (700%) e Barcelos (700%).

Divórcios no Amazonas e em Manaus

Em 2022, o Amazonas contabilizou 5. 479 divórcios, entre judiciais (àqueles realizados pelas Varas de Família, Foros ou Varas Cíveis) e extrajudiciais (os realizados pelos Tabelionatos de Notas). Uma queda de 293 em relação ao ano anterior (5.772 divórcios). A capital, Manaus, totalizou 4.426 divórcios, ficando 568 a menos que 2021 (4.994).

Em todo Estado, foram 5.479 divórcios concedidos em 2022. Considerando o tempo transcorrido entre a data do casamento e a data da sentença, 2,4% tinham menos de um ano; 18,3% tinham entre 10 e 14 anos, sendo este o maior grupo. Outros 9,4% eram de casamentos com duração de 15 a 19 anos e 13,8% acima de 26 anos de casados.

A maioria dos divórcios no Estado (1.765 divórcios) foi de casais sem filhos, seguidos por 1.288 divórcios de casais com apenas um filho. Em Manaus foram 1.557 divórcios de casais sem filhos, seguidos por 1.038 divórcios de casais com apenas um filho.

As regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentaram a maior variação, com aumento dos divórcios entre 2021 e 2022, de 26,5% e 14,0%, respectivamente.

No Brasil, em 2010, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio era cerca de 16 anos. . Em 2022, houve uma diminuição no tempo de duração do casamento para 13,8 anos. Nas Grandes Regiões, esse tempo médio variou de 15,0 a 17,1 anos em 2010, para 12,7 a 15,3 anos, em 2022.

No país, em 2022, a pesquisa Estatísticas do Registro Civil apurou 420 039 divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao total contabilizado em 2021 (386. 813). 

Óbitos no Amazonas e em Manaus

A pesquisa Estatística de Registro Civil identificou que, no ano de 2022, o Amazonas somou 18.128 óbitos. Foram 7.575 mortes a menos que em 2021. Morreram mais homens (10.872) que mulheres (7.254) em 2022.

Já em Manaus o número de óbitos, em 2022, totalizou 12.122 mortes, sendo 7.077 de homens e 5.043 de mulheres. O total de mortes, na capital, também foi menor em 5.661 óbitos que o ano de 2021.

No Brasil, no ano de referência (2022), foram efetuados 1.524.7319 registros de óbitos em cartórios do país. Em 2022, houve um decréscimo de 15,8% (uma diferença absoluta de -281 584 dos óbitos) ocorridos no ano relativamente a 2021, auge da pandemia de COVID-19 no Brasil, quando, na ocasião, foram registrados 1.786.347 óbitos, o maior valor desde o início da série histórica em 1974.

Além do número de óbitos, a pesquisa também classifica os óbitos por natureza. Os óbitos não naturais e óbitos por causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais, etc.) acometem especialmente os homens. Em 2022, o número de óbitos masculinos dessa natureza (1.434) foi 1,1 ponto percentual maior que a média nacional. Em Manaus, registrou 49,5% dos óbitos não naturais do Estado. Outra característica das mortes não naturais é que elas atingem principalmente a população jovem de 20 a 34 anos.

Dez municípios do interior do Estado tiveram mais de 20% dos seus óbitos classificados como não naturais. Em Fonte Boa, dos 57 óbitos, 89% foram não naturais. Maraã e Novo Aripuanã também tiveram altos percentuais de mortes violentas.

Na série histórica, percebe-se que o número de óbitos de 2022, embora tenha reduzido em relação a 2021 e 2020, ainda não voltou ao patamar de antes da pandemia. Já na Capital, as mortes voltaram aos níveis pré-pandemia.

Mais sobre a pesquisa Estatísticas de Registro Civil

Essas estatísticas são publicadas desde 1974, fornecendo um elenco de informações relativas aos fatos vitais. Os dados de divórcios ocorridos no País foram incorporados ao conjunto de temas a partir de 1984, e os de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a partir de 2013.

O uso das Estatísticas do Registro Civil vem se ampliando, sobretudo nos períodos intercensitários, quando as estatísticas vitais são imprescindíveis para o acompanhamento da evolução demográfica.

*Com informações do IBGE

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