Manaus (AM) — A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra Manaus), celebrará o Dia dos Povos Indígenas por meio de atividades representativas em colaboração com o Parque das Tribos, a maior comunidade indígena do Brasil em variação de línguas e etnias. O evento ocorrerá no dia 17, com horários distintos, às 19h, na Área de Convivência (Hall) da Instituição. Assim como na edição passada, a celebração contará com um desfile de moda de uma coleção assinada pela estilista e acadêmica de Enfermagem da Ulbra Manaus, Eliza Sateré.
“Essa é uma das mais belas formas que a gente encontra de mostrar um pouco da nossa cultura, moda e beleza indígena. Estamos felizes de conquistar esse espaço e poder chegar a essa visibilidade”,
pontua a estilista indígena.
Além disso, o evento terá uma vasta programação com exposição e venda de artesanatos, danças indígenas, desfile de moda, número musical e um dos destaques desta celebração: um workshop com o tema “Entre Dois Mundos: Indígenas na Selva Urbana de Manaus”, conduzido pelo cacique do Parque das Tribos, Ismael Munduruku.
“Esta é a segunda vez que marcamos presença na Ulbra em prol de algo tão importante para nós do Parque das Tribos, é nesta universidade que o nosso povo, em sua grande maioria está. Agradecemos por essa parceria especial que traz ótimos resultados em questões de representatividade e visibilidade de nossa cultura. Esperamos que essa colaboração continue a fortalecer nossos laços e a promover a conscientização e oportunidades”,
afirmou o Cacique.
O dia 19 de abril marca o Dia dos Povos Indígenas, uma ocasião destinada a honrar a riqueza cultural das comunidades indígenas do Brasil. Além disso, é um momento para refletir sobre os desafios enfrentados por esses povos e promover a defesa de seus direitos. O último Censo realizado no Brasil, em 2010, apontou que havia quase 900 mil indígenas no Brasil, sendo que, desse total, quase 600 mil viviam na zona rural.
Diversidade cultural
A diversidade cultural entre essas populações é vasta, e é crucial preservar suas tradições e modos de vida. Embora o 19 de abril seja tradicionalmente considerado uma data comemorativa, muitos grupos que lutam pelos direitos indígenas veem-na como um momento de reflexão sobre as condições enfrentadas pelos indígenas no Brasil. É uma oportunidade para aprender sobre a cultura indígena, desafiar estereótipos, apoiar a demarcação de terras e reconhecer as diversas formas de violência enfrentadas por essas comunidades em todo o país.
Segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 existiam 4.397 indígenas matriculados nas universidades; nas últimas duas décadas, um crescimento expressivo foi observado, chegando a 72 mil indígenas matriculados em 2019, conforme o Censo da Educação Superior (CenSup).
A antropóloga Antonella Tassinari ressaltou que 72% dos indígenas estudam em universidades privadas, por diversos fatores, entre eles a burocracia dos funis de ingresso. Entretanto, de acordo com pesquisas realizadas pelo Centro de Inteligência Analítica, estabelecido pela entidade que representa as instituições de ensino superior no Brasil (Semesp), durante o ano de coleta de dados de 2021, aproximadamente 8,7 mil estudantes indígenas alcançaram a conclusão do ensino superior, equivalendo a apenas 0,7% do total.
No mesmo período, o número de calouros indígenas era um pouco superior a 14 mil. Após analisar o período de 2011 a 2021, entre os universitários que finalizaram seus cursos e obtiveram o diploma, prevalece a presença das instituições privadas, responsáveis por 84,4% dos casos, em comparação com as instituições públicas, que representam apenas 15,6%.
A Ulbra Manaus, reconhecida como a universidade privada com a maior representação indígena no Amazonas, tem sido um exemplo de dedicação com a diversidade cultural e étnica, evidenciado pela sua expressiva comunidade acadêmica indígena. Em um esforço contínuo para reconhecer e honrar a rica história e diversidade dos povos indígenas. Para o Reitor da Instituição, Dr. Evandro Brandão, o evento é uma oportunidade de promover a compreensão e o respeito pela diversidade étnica e cultural.
“Nossa comunidade se agrega aos povos originários para manter a cultura da nossa região. Logo, ressaltamos nosso compromisso contínuo da instituição com a valorização, o respeito e a preservação das culturas indígenas. A Ulbra tem a responsabilidade de realizar projetos de extensão e eventos como esse para estabelecer uma comunicação mais eficaz com essas comunidades. A partir dessa interação, buscamos proporcionar uma melhor qualidade de vida em um trabalho conjunto, comunitário e cooperativo com as comunidades indígenas do Amazonas, especialmente da cidade de Manaus, como é o caso do Parque das Tribos”,
ressaltou.
*Com informações da assessoria
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