Manaus (AM) – A morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, ocorrida no 28 de maio, escancarou um grave problema de saúde pública: o abuso de medicamentos de uso controlado como droga de uso recreativo. O Inquérito Policial apontou que a causa da morte da empresária foi por overdose de ketamina, um medicamento anestésico utilizado até em cavalos que, se usado de forma recreacional, pode causar danos irreversíveis e até a morte. No Amazonas, existe um centro especializado para atender dependentes dessa e de outras substâncias ilícitas, pronto para salvar a vida de um dependente químico e não deixar que ele perca a vida, como aconteceu com Djidja.
Não é fácil aceitar a situação de um dependente, ainda mais se ele for membro de sua família. Por falta de assistência ou informação, parte da população não sabe o que fazer diante do problema e prefere tentar tratar o viciado em casa, o que não dá certo, segundo a médica psiquiátrica Silvana Nascimento, que possui 23 anos de experiência em saúde mental.
“A primeira coisa é encarar o abuso de substâncias como um problema de saúde que, como qualquer outro, necessita de tratamento especializado e multiprofissional, que engloba médico psiquiatra, psicólogo especializado em dependência química e adicção, grupos terapêuticos, como os narcóticos e alcóolicos anônimos. O suporte a esse núcleo familiar também é importante, tendo em vista que a família também é bastante atingida e adoece junto com o adicto. Temos que combater o estigma e o preconceito que ainda são muito fortes”,,
reforçou a médica.
Centro de Reabilitação
Um caminho é buscar ajuda especializada e, no Amazonas, a principal referência é o Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) Ismael Abdel Aziz, localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010.
Vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES), a instituição é indicada para aquele paciente que já esgotou todos os recursos extra-hospitalares existentes sem êxito.
Para ser atendido no CRDQ, é necessário, primeiro, procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou um Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), onde será feito uma avaliação da pessoa. Se ela tender aos critérios para internação, será encaminhado para a unidade terapêutica por meio do Sistema de Regulação.
“Durante o tratamento é esclarecido aos pacientes que a Dependência Química é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, mas que tem tratamento; que a internação é apenas uma parte deste tratamento, e que se ele (paciente) der continuidade ao seu acompanhamento ambulatorial, após a internação, de forma consistente e contínua, terá grandes chances de conseguir parar de usar drogas e ter uma vida produtiva e saudável”,
explicou a psicóloga do CRDQ, Lucina Carvalho.
Apoio familiar
Uma das formas para facilitar a internação do paciente é através da conversa e do apoio familiar. Os familiares precisam encarar o problema como uma doença e não como algo criminoso.
“A melhor maneira de abordar o uso de drogas é por meio do diálogo, optando-se sempre pelo discurso da ajuda e de afeto, ao invés de acusações. A família deve oferecer o apoio necessário, buscando tratamento especializado tanto para o dependente químico como para ela própria. Além do CRDQ, há na rede pública de saúde o CAPS Dr. Silvério Tundis e Centro de Saúde Mental do Amazonas (Cesmam)”,
destacou a psicóloga do CRDQ.
Segundo Luciana Carvalho, a família precisa ficar atenta aos sinais e mudanças de comportamento do parente que suspeitam fazer uso de drogas. Alterações muito extremas no humor, alimentação e no sono podem indicar a necessidade de uma intervenção terapêutica.
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