A prefeita de Motyzhyn, na Ucrânia, foi achada enterrada em uma cova rasa nos arredores de Kiev. Com vendas e sinais de tortura e execução, também foram encontrados os corpos do filho e do marido da política. A família estava desaparecida há cerca de 10 dias.
Desde que soldados russos começaram a se retirar da região de Kiev, capital da Ucrânia, os soldados locais começam a descobrir como estavam as regiões ocupadas. E o cenário é trágico: muitos civis foram encontrados mortos nas ruas, com sinais de execução, como a família de Motyzhyn.
Vídeo:
Segundo a imprensa ucraniana, Olga Sukhenko, Ihor Sukhenko e Oleksandr haviam sido capturados no dia 26 de março, segundo o Gabinete do Procurador-Geral. A vice-diretora do Conselho Regional de Kiev, Tetiana Semenova, foi a primeira a relatar o sequestro de Olga, pois era próxima da família.
“Eles [os militares russos] queriam apenas levar Olga, mas o marido insistiu que iria com ela. Depois de seis horas, eles também levaram o filho dela. Mais 20 moradores de Motyzhyn estão sendo mantidos em cativeiro. Há suspeita de que um traidor estava agindo na aldeia, que disse aos ocupantes onde moravam o chefe e [quem eram] os moradores ativos”,
observou Semenova.
Em uma rede social, a nora da prefeita, identificada como Daria Belenitsyna, contou como tudo teria acontecido.
“Não sei escrever sobre isso. Sasha e seus pais se foram. Não tenho palavras e energia suficientes para descrever como eu e toda a minha família nos sentimos. Isso é um crime. Em todos os sentidos. Todos os envolvidos serão levados à Justiça”,
disse, se referindo ao namorado e um dos mortos.
Massacre em Bucha
Assim que os soldados russos começaram a se retirar da cidade de Bucha, na Ucrânia, soldados ucranianos se depararam com uma rua repleta de corpos espalhados. Alguns tinham as mãos amarradas atrás do corpo, o que reforça a hipótese de execuções desenfreadas.
Anatoliy Fedoruk, prefeito da cidade, afirmou à AFP que uma vala comum com cerca de 300 pessoas enterradas foi encontrada. As ruas estão fortemente destruídas e com cadáveres espalhados.
Para a agência internacional Reuters, um morador identificado como Vasily afirmou ter passado duas semanas sentado no porão.
“Havia comida, mas sem luz, sem aquecimento para aquecer. Colocamos a água em velas para aquecê-la. Dormíamos com botas de feltro”,
relatou.
O Ministério da Defesa ucraniano reportou que os corpos de quatro mulheres foram encontrados nus às margens de uma estrada, a 20 quilômetros de Kiev. O governo de Zelensky afirma que elas seriam queimadas.
A procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova, informou que 410 cadáveres foram encontrados na região de Kiev após a retirada de tropas russas. Os corpos passam por perícias, e 140 deles já foram examinados. Fotógrafos registraram corpos de civis mortos em decomposição em ruas e valas na região de Bucha, próximo a Kiev, onde a prefeitura contabiliza 280 vítimas.
De acordo com nota publicada pelo Ministério da Defesa da Rússia, as imagens reproduzidas por jornais ao redor do mundo são “outra produção do regime de Kiev para os meios de comunicação ocidentais”.
*Com informações do Metrópoles
Leia mais:
Ataque a teatro na Ucrânia pode ter matado 300 pessoas
Ucrânia diz que 410 corpos foram encontrados perto de Kiev
Rússia bombardeia escola na Ucrânia com 400 pessoas abrigadas
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱