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Editorial

O povo voltará às ruas

Estudo recente de quatro pesquisadores do centro de estudos alemão FES e da Initiative for Policy Dialogue, uma organização baseada na Universidade Columbia, aponta que os grandes protestos de ruas, que marcaram o mundo

Divulgação

Estudo recente de quatro pesquisadores do centro de estudos alemão FES e da Initiative for Policy Dialogue, uma organização baseada na Universidade Columbia, aponta que os grandes protestos de ruas, que marcaram o mundo, especialmente em 1968, voltarão a acontecer em escala planetária.

O estudo constatou que a gigantesca inquietação dos jovens com o fracasso de governos em que acreditavam, apostando em mudanças que amenizassem o drama de milhões de pessoas em situação de miséria com o advento da pandemia da Covid-19, levará multidões às ruas por conta da não adoção das medidas reclamadas e aguardadas.

No jornal Valor Econômico, o jornalista Daniel Rittner divulgou o estudo mostrando 576 manifestações de grande porte no período 2006-2010, que aumentaram para 1.081 nos anos 2011-2015 e depois chegaram a 1.152 no quinquênio 2016-2020, sendo importante ressaltar que em 2020 ocorreram mais protestos do que em 2019, apesar da pandemia.

“Segundo os pesquisadores, que estudaram movimentos em 101 países, vive-se atualmente uma nova era dos protestos. Algo comparável aos anos de 1848, 1917 e 1968. Existem períodos na história em que um grande número de pessoas se rebela, exigindo mudanças. Vivemos outro período de indignação e descontentamento crescentes, e alguns dos maiores protestos de toda a história mundial”, escreveu Daniel.

O estudo denuncia a decepção, sobretudo dos jovens, com a escalada da corrupção, injustiça econômica, desemprego, direitos civis incompreendidos e problemas globais (mudanças climáticas, etc). Ou seja: o povo voltará às ruas neste ano eleitoral de 2022.

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