O Supremo Tribunal Federal (STF) deve receber da Polícia Federal os relatórios finais de duas investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já nos próximos dias. Os casos envolvem a falsificação de certificados de vacinação e a venda ilegal de joias pertencentes à República. A expectativa é concluir os relatórios até sexta-feira (28), de acordo com fontes próximas à investigação.
A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi determinante para o avanço das investigações. A PF já obteve provas de que Cid esteve pessoalmente envolvido na fabricação de certificados de vacinação falsos e na venda de joias presentes da Arábia Saudita a autoridades brasileiras.
Além de Cid, a investigação também se estendeu a familiares seus, incluindo sua esposa e pai, levando-o a buscar uma delação premiada para reduzir as consequências legais de suas ações.
Segundo Igor Gadelha no Metrópoles, Cid afirmou à PF que entregou parte do dinheiro obtido com a venda ilegal de joias ao próprio ex-presidente durante viagem oficial a Nova York, nos Estados Unidos. Os valores foram repassados em espécie em setembro de 2022, conforme a delação do militar.
Ele especificou ainda que o dinheiro foi dado a Bolsonaro durante a viagem em que o então presidente fez seu seu último discurso como mandatário na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Cid também contou que os relógios recebidos de presente foram vendidos por cerca de US$ 68 mil (cerca de R$ 370 mil na cotação atual).
O valor da venda do item foi depositado inicialmente na conta do pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid, que comandava o escritório da Apex (Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos), em Miami, à época.
Seu pai então teria sacado o dinheiro de forma parcelada, por conta do limite baixo para saques em caixas eletrônicos, e viajado para Nova York na ocasião para levar as notas a ele. Na cidade, Lourena encontrou o filho, que acompanhava Bolsonaro no evento da ONU e repassou o valor a ele.
Aliados de Bolsonaro negam qualquer ilegalidade e alegam que as investigações representam uma perseguição política. No entanto, as autoridades estão determinadas a concluir os relatórios e avançar com o cerco sobre as práticas criminosas.
*Com informações da DCM
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