O número de pessoas que compromete mais de 50% da renda em dívidas no Brasil, chamados de “superendividados”, cresceu e chega a 20,8% da população, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As principais causas que explicam este fenômeno é o empréstimo consignado, com 32,39%, e o pessoal, com 59,74%. Em seguida, cartões de crédito com percentual de 63,66%; dívidas negativadas, 30%; e cheque especial, 6,37% são os que mais prejudicam os consumidores.
Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, uma alta taxa de juros prefixada pela Selic (10,5%) faz com que os bancos multipliquem essa porção em até três vezes, o que acarreta superendividamento aos indivíduos que tomarem emprestado às instituições financeiras.
“Este não é um bom momento para recorrer ao crédito com juros no Brasil. Há uma série de movimentos recessivos no mundo que fizeram as taxas dos bancos em todo o mundo subirem. O problema é que há uma parcela da população que acaba dependendo justamente dessa modalidade de empréstimo para sobreviver”,
argumenta.
Com uma receita média de R$ 2979, muitos cidadãos recorrem aos grandes bancos para poder manter as contas em dia. Estima-se que o valor ideal para viver no Brasil esteja em R$ 5657,66. Milhares de brasileiros se acostumaram a usar a extensão do cartão de crédito como complemento de salário, o que é completamente utópico.
As circunstâncias podem piorar se, em 2025, houver um aumento da taxa Selic. Assim, as pessoas que já estão em condições ruins podem se comprometer ainda mais. Em agosto de 2023, esta se prefixou em 13,75%; naquele momento, era uma das mais altas do mundo.
Lamounier explica que uma das prioridades para este público é quitar o saldo devedor com as instituições financeiras, porém, para que isso ocorra, recorre-se a uma segunda jornada de trabalho para compor uma renda extra e assim destinar parte do crédito a esta finalidade.
“O cenário não está fácil para as pessoas que ganham até três salários mínimos. Tem de se considerar que há no Brasil uma informatização de trabalhos e um crescimento da demanda no setor de serviços. Ou seja, a qualidade dos trabalhos disponíveis no mercado não é tão boa para quem tem de fazer renda para sanar as pendências. Mesmo assim, a saída que muitos encontram é na informalidade para poder fazer dinheiro e sobreviver”, disse.
*Com informações da assessoria
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