Deputados federais do Amazonas se manifestaram, após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarar, na madrugada desta segunda-feira (29), Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais.
Os deputados Amom Mandel (Cidadania), Sidney Leite (PSD) e Capitão Alberto Neto (PL) se manifestaram em repúdio a decisão.
O Amazonas tem cerca de 40 mil pessoas venezuelanas, conforme dados de 2022.
Amom Mandel declarou que eleições sem uma auditoria são consideradas fraudes. “Eleição sem auditoria é fraude! Qualquer país democrático não pode aceitar o processo ditatorial que tem acontecido na Venezuela. Tem tempo que a situação não é mais somente sobre política, mas sim sobre o impedimento de uma vida digna”, comentou na rede social X.
O parlamentar afirmou que “até março de 2024, o Brasil acolheu 125 mil migrantes e refugiados venezuelanos, em 1.026 municípios. Já são anos nessa situação e não conseguimos constatar o que realmente quer essa nação.”
“Isso é inaceitável! São vidas, é um país rico e potente. Continuarei acompanhando com atenção o desenrolar dessa eleição. Ilegalidades para manter um ditador no poder não serão aceitáveis”, completou.
O deputado Sydney Leite (PSD) afirmou que “o ditador Maduro” fraudou as eleições para manter o poder na Venezuela.
“É lamentável ver o ditador Maduro fraudando descaradamente as eleições para se manter no poder. A ditadura usa todos os seus recursos, até a fraude, para permanecer no poder, não respeitando a vontade popular dos venezuelanos, que sofrem com a miséria e o descaso de um ditador tirano. A democracia merece respeito!”
O deputado também declarou que como deputado não pode deixar de acompanhar e comentar o que vem acontecendo na Venezuela e chamou Nicolas Maduro de um ‘ditador corrupto’ que ‘impede a candidatura da oposição’.
“Como deputado federal, não posso deixar de observar, acompanhar e comentar o que vem acontecendo, lamentavelmente, na Venezuela. Quando as eleições livres são cerceadas por um ditador corrupto que impede a candidatura da oposição, restringe o acesso de eleitores aos locais de votação, bloqueia a entrada de observadores internacionais e frauda descaradamente a votação e a apuração, isso representa um ataque direto à democracia.”
Em nota divulgada, o deputado federal Capitão Alberto Neto lamentou o resultado das urnas e afirmou que “a oposição tem provas de que venceu a eleição com mais de 70% dos votos. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelas eleições no país, é presidido por um aliado de Maduro”.
“É uma vergonha que o Ministério das Relações Exteriores de Lula saúde o ‘caráter pacífico da jornada eleitoral.’ Há diversos indícios de problemas e irregularidades com a eleição. Maduro fechou as fronteiras e impediu que observadores acompanhassem as eleições.”
“Os fiscais da oposição foram impedidos de entrar no CNE para apuração de votos. A participação dos venezuelanos nas votações nessa eleição foi histórica e o apoio popular a Edmundo González é grande. Apesar desse cenário, Maduro segue no poder trazendo dor, fome e sofrimento ao povo da Venezuela”, completou.
Vitória de Nicolas Maduro
Conforme a apuração do conselho eleitoral, Maduro venceu 51,21 % dos votos, contra os 44,2 % do seu adversário, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia. Apesar de o CNE ter anunciado a vitória de Nicolás Maduro por 51,21% dos votos com 80% das urnas apuradas, a oposição liderada pelo candidato Edmundo González não reconheceu o resultado.
Na madrugada desta segunda-feira (29), a líder da oposição María Corina Machado disse que eles tiveram acesso a 40% das atas e que elas indicariam que González venceu.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, por meio de nota, que aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos “dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
O comunicado diz que o Brasil “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observadora por meio da verificação imparcial dos resultados”. O Itamaraty também cumprimentou a Venezuela pelo fato das eleições terem sido realizadas em clima pacífico.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem [domingo] na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, diz a nota do MRE.
O governo brasileiro enviou como representante para acompanhar a votação o embaixador Celso Amorim, assessor especial de Relações Internacionais da Presidência da República.
Lideranças de países ao redor do mundo se dividem entre aquelas que não reconhecem o resultado, como os presidentes do Equador, Daniel Noboa, e da Argentina, Javier Milei; as que não desconhecem o resultado, mas pedem a publicação das atas, como a Colômbia, os Estados Unidos, a União Europeia e o Brasil, e aqueles que parabenizaram Maduro pela vitória, sem contestar a publicação das atas, como Rússia, Bolívia, China e Cuba.
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