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Roma Antiga

Do Antigo Egito para sua casa

Antigo Egito, cerca de 3.500 anos atrás, os gatos eram considerados seres sagrados, quase divinos

Desde o Antigo Egito até a Roma Antiga, passando pelo Japão Feudal e os templos sagrados da Tailândia, os gatos sempre foram criaturas enigmáticas, reverenciadas e, às vezes, temidas. Esses felinos, que hoje dominam silenciosamente nossos sofás e teclados de computador, já foram deuses e amuletos de boa sorte.

A ironia do destino não passa despercebida: de divindades intocáveis a companheiros de Zoom, a história dos gatos nas culturas antigas é uma jornada fascinante que nos leva a refletir sobre nossa própria evolução e relação com o mundo animal.

No Antigo Egito, cerca de 3.500 anos atrás, os gatos eram considerados seres sagrados, quase divinos. Bastet, a deusa com cabeça de gato, era a personificação da proteção, do amor e da fertilidade. Quem diria que os egípcios, com suas pirâmides grandiosas e avanços tecnológicos impressionantes, dedicavam cultos e oferendas a um animal que hoje consideramos um simples pet?

Os gatos eram tão valiosos que matar um era punível com a morte. Imagine o que aconteceria se as leis modernas seguissem o mesmo rigor! Mais curioso ainda é que os egípcios também mumificavam seus gatos, acreditando que suas almas os acompanhariam na vida após a morte. Certamente, as mentes felinas modernas se divertiriam com essa ideia.

Enquanto isso, na Roma Antiga, os gatos eram vistos com um misto de respeito e utilidade prática. Não havia deuses felinos, mas havia uma apreciação pragmática por suas habilidades como caçadores de ratos e guardiões de celeiros.

Como as cidades cresciam e o comércio florescia, os gatos ajudavam a proteger os grãos preciosos de roedores famintos. É uma ironia sutil que esses pequenos predadores, que hoje reclamam exigentemente por petiscos gourmet, eram valorizados por suas habilidades práticas de sobrevivência.

A influência dos gatos também chegou ao Japão Feudal, onde foram introduzidos por volta do século VI. Os japoneses, com seu profundo apreço pela beleza e serenidade, logo adotaram os gatos como símbolos de sorte e prosperidade.

O famoso Maneki Neko, o gato acenando que se encontra em lojas e restaurantes ao redor do mundo, tem suas raízes nessa cultura. Como imaginar que um simples gesto de um gato se tornaria um ícone global de boa sorte e fortuna? Talvez os gatos modernos devam considerar uma carreira como amuletos de boa sorte, dada a sua habilidade inata de se fazerem notar.

Mais ao sul, na Tailândia, os gatos siameses eram reservados para a realeza e os templos sagrados. Esses gatos, com seus olhos azuis penetrantes e pelagem elegante, eram considerados portadores de boas energias e protetores espirituais.

A crença era que, após a morte, as almas das pessoas nobres passavam para um gato siamês antes de seguir para a vida eterna. Se os gatos siameses modernos soubessem disso, talvez exigissem um tratamento ainda mais luxuoso do que já recebem.

Avançando no tempo, na Europa Medieval, os gatos enfrentaram uma mudança drástica – e triste – em sua reputação. Associados à bruxaria e ao diabo, especialmente os gatos pretos, eles foram perseguidos e muitas vezes exterminados.

A ironia aqui é palpável: de seres divinos a símbolos do mal, os gatos sofreram com as superstições humanas, e os humanos sofreram com essas loucuras imaginárias, uma vez que a falta de gatos levou a um aumento da população de ratos, contribuindo para a disseminação da Peste Negra. Ah, a reviravolta trágica de como a perseguição de nossos amigos felinos ajudou a catalisar uma das maiores pandemias da história humana.

Hoje, os gatos mantêm um lugar peculiar em nossas vidas modernas, mesmo ainda não estão 100% livres da maldade humana. Eles são tanto símbolos de independência e mistério quanto de conforto e carinho. A cultura pop os adora, e as redes sociais estão repletas de vídeos de gatos fazendo travessuras.

Contudo, o legado de seus antepassados ainda ressoa. Nas culturas antigas, os gatos eram muito mais do que animais de estimação; eles eram representações tangíveis de crenças, superstições e esperanças humanas.

A reverência pelos gatos nas culturas antigas nos oferece uma perspectiva fascinante sobre como os humanos sempre procuraram significado nos companheiros animais. De divindades egípcias a amuletos japoneses de boa sorte, os gatos desempenharam papéis variados e complexos na história da humanidade.

Hoje, enquanto observamos um gato enrolado confortavelmente em um raio de sol ou perseguindo uma sombra, podemos nos impressionar, sabendo que esses pequenos reizinhos peludos, que agora governam nossas casas, uma vez governaram corações e mentes em tempos antigos.

A próxima vez que você acariciar seu gato ou atender a mais um de seus caprichos, lembre-se: você está lidando com uma criatura com uma linhagem ilustre e um passado de adoração e mistério. E quem sabe? Talvez, em algum lugar profundo de suas mentes felinas, eles ainda se vejam como os deuses e guardiões que uma vez foram.

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