A Justiça do Trabalho determinou que a família de um técnico de enfermagem indígena, morto após ser atingido por uma flechada na Terra Indígena Yanomami, receba R$ 750 mil de indenização por danos morais.
O acordo foi mediado no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Boa Vista, entre a agência responsável pela contratação de equipes de saúde indígena e os familiares da vítima.
O incidente que resultou na tragédia
O técnico de enfermagem, de 27 anos e membro do povo Macuxi, trabalhava há um ano na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Aldeia Maraxiú. O caso começou com uma discussão entre ele e outro agente de saúde sobre o uso de um carregador de celular. Durante a altercação, o agressor disparou uma flecha, atingindo o pulmão e o coração do técnico. Embora tenha sido socorrido e transportado de helicóptero para uma unidade de saúde de referência, o técnico não resistiu aos ferimentos e faleceu durante o trajeto.
A mediação no Cejusc de Boa Vista
A ação judicial foi conduzida com a participação do juiz coordenador do Cejusc de Boa Vista, Gleydson Ney Silva da Rocha, que afirmou que os envolvidos demonstraram disposição para resolver o conflito. “Os advogados, mesmo caminhando em lados opostos da calçada, demonstraram profissionalismo e espírito pacificador em um caso que abalou demais as comunidades indígenas e os profissionais de saúde no Estado”, destacou o juiz.
A mediação foi realizada por Nicholas Marcelino Andrade dos Santos, servidor do Cejusc, que tratou com os advogados dos envolvidos, Israel Edu Dantas Andrade e Vinicius Medeiros Arena da Costa, os termos do acordo.
Repercussão
O caso gerou grande repercussão, principalmente pela tragédia que causou tanto na comunidade indígena quanto entre os profissionais de saúde no Estado. A decisão judicial visa proporcionar uma reparação para os danos causados pela perda do técnico, que teve sua vida interrompida de maneira trágica enquanto prestava serviços essenciais à saúde da população indígena.
Este acordo pode ser visto como uma tentativa de restaurar a justiça e reconhecer a dor da família, enquanto também reforça a importância de uma resolução pacífica e legal dos conflitos.
(*) Com informações do TRT11
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