O Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) divulgou que, em 2024, cerca de 309 pessoas perderam a vida em acidentes fatais na capital amazonense. Desses, 158 eram motociclistas. Esses dados ressaltam a gravidade dos riscos enfrentados por quem utiliza a motocicleta como meio de transporte em Manaus, evidenciando a necessidade urgente de ações preventivas para conter o crescente número de ocorrências.
Entre as vias mais perigosas de 2024, o Rodoanel Metropolitano e a Torquato Tapajós lideram o ranking, com 18 vítimas fatais. Em seguida, a avenida Autaz Mirim e a Alameda Cosme Ferreira registraram 12 mortes. A avenida Noel Nutels, na Zona Norte, contabilizou 11 óbitos, enquanto a avenida Brasil teve 9 vítimas fatais.
A falta de atenção, o consumo de bebidas alcoólicas ou até mesmo uma simples distração no celular pode levar a mortes prematuras, que deixam marcas profundas e permanentes na vida dos familiares das vítimas.
Acidentes

Acidentes envolvendo motociclistas, infelizmente, fazem parte da rotina da capital amazonense e estampam os portais de notícias. Em agosto, por exemplo, uma mulher perdeu a vida na estrada do Tarumã, no Complexo Rapidão, na Zona Oeste de Manaus, após ela e o marido sofrerem um grave acidente de trânsito.
Na ocasião, o marido tentou realizar um retorno quando o pneu da motocicleta estourou, fazendo com que a vítima fosse arremessada para a via pública, onde foi atropelada por um micro-ônibus. O marido sofreu escoriações, pois caiu para o outro lado da pista.
Outro grave acidente que marcou o ano de 2024 ocorreu no bairro São Francisco, na Zona Sul de Manaus. Uma jovem de 25 anos perdeu a vida após ser esmagada por um caminhão-baú, que passou por cima de seu corpo. No momento do acidente, a jovem e seu marido, que pilotava a motocicleta, estavam ao lado do caminhão quando o motorista precisou desviar de um buraco na via. Essa manobra fez com que o casal perdesse o equilíbrio e caísse no asfalto, resultando na tragédia.
Cenário nacional

No entanto, essa realidade não se limita apenas a Manaus, pois grandes cidades brasileiras também enfrentam o desafio de reduzir esses acidentes. Em São Paulo, por exemplo, o número de mortes em acidentes de moto superou o de homicídios dolosos registrados em 2024.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e o Detran-SP, o número de vítimas fatais em acidentes de motocicleta subiu para 483, representando um aumento de 19,9% em relação a 2023.
Em Salvador, no ano de 2024, a capital baiana registrou 3.063 acidentes envolvendo motos, com 84 óbitos. Esse número corresponde a 59% das mortes no trânsito no ano passado.
Soluções

A mobilidade urbana exige uma atenção ainda maior por parte das autoridades, especialmente diante dos números expressivos apresentados até o momento. De acordo com o engenheiro de trânsito Manoel Paiva, existem melhorias a serem implementadas tanto a curto quanto a longo prazo, que, se executadas corretamente, proporcionarão mais segurança à população que se desloca pela cidade de motocicleta.
Uma das alternativas a curto prazo é a melhoria do transporte público em Manaus. “Priorizar a operação do Transporte Coletivo Urbano para aumentar a velocidade comercial, diminuir o tempo de viagem e espera do passageiro, reduzir os custos operacionais, melhorar o conforto, oferecer mais lugares para transportar, proporcionar mais segurança, mais acessibilidade integrada e maior confiabilidade ao Sistema de Transporte por ônibus (implantação das Faixas e Vias Exclusivas de ônibus)”, destacou Paiva.
Para o profissional, também é esperada uma cooperação mútua com os motociclistas, por meio de programas que conscientizem e priorizem a segurança do condutor.
“Programa de redução de acidentes de trânsito, para diminuição das vítimas fatais e lesionadas (motociclistas, pedestres, ciclistas, condutores de veículos). Envolver o terceiro setor para implantação de campanhas e programas educativos, formação e requalificação de condutores de veículos de passageiros e cargas”, pontuou.
O Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) informou ao Em Tempo que oferece periodicamente cursos de atualização e ações de educação para o trânsito em todas as zonas da cidade.
Já o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) destacou que realiza diversas ações educativas para a segurança no trânsito, incluindo iniciativas inovadoras para motociclistas e ciclistas.
Para os motociclistas, há projetos como o Cinemoto e o Condutor Consciente, que sensibilizam pilotos e passageiros sobre a importância do comportamento seguro, contribuindo para a harmonia no trânsito. Além disso, o IMMU mantém parcerias com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, a Moto Honda e a Yamaha, promovendo blitzes educativas e campanhas que reforçam a necessidade de pilotagem responsável, sempre com o foco na preservação de vidas.
Agora, quando pensamos em soluções a longo prazo, é necessário uma organização mais estruturada por parte do poder público.
“Planejamento urbano, controle do uso e ocupação, priorizar o interesse coletivo na expansão da cidade. Investimentos prioritários na ampliação e conservação do sistema viário. Planejar um novo modal de transporte urbano de massa. Adoção modal sob trilhos, de média capacidade para as linhas dos eixos estruturais do sistema, tornando assim, a mobilidade urbana da população manauara integrada, inclusiva e sustentável”, finalizou Manoel Paiva.
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