Manaus (AM) – No Amazonas, a castanha agora é da Amazônia — com orgulho e por lei. Depois de ganhar as redes e causar alvoroço nos comentários, virou oficial: a tradicional castanha-do-Pará agora se chama, por aqui, castanha-da-Amazônia. A mudança foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) na última semana, por meio do Projeto de Lei nº 913/2024, de autoria do deputado estadual Sinésio Campos (PT). O texto segue agora para a sanção do governador Wilson Lima.
A decisão vai além da semântica: é uma resposta política e simbólica que mira diretamente no fortalecimento da identidade regional e na valorização da cadeia produtiva da castanha — uma das mais representativas da Amazônia.
Nem só do Pará vive a castanha
Embora o nome antigo pareça um monopólio geográfico, a Bertholletia excelsa, árvore nativa da floresta, é cultivada em vários estados da Amazônia Legal, incluindo o próprio Amazonas, que tem se destacado como um dos principais produtores nacionais.
“A produção não se restringe ao Pará, como o nome sugere. Ao adotar a nomenclatura ‘castanha-da-Amazônia’, estamos valorizando a Amazônia como um todo e reforçando o papel do Amazonas nesse cenário”, afirmou Sinésio, em defesa da proposta.
Mais que um nome: uma política pública
A nova legislação determina que todos os produtos e derivados da castanha produzidos no Amazonas passem a adotar a nova designação. A regra vale para rótulos, embalagens, campanhas publicitárias e até mesmo exportações.
Além disso, estão previstos incentivos para a rastreabilidade, certificação de origem e ações que consolidem a nova marca amazônica no mercado interno e externo.
A fiscalização caberá à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), que também será responsável pela concessão de selos de autenticidade.
O sonho da castanha com identidade regional
Mas Sinésio quer mais: levar a ideia para o Parlamento Amazônico, que reúne 270 deputados dos nove estados da Amazônia Legal, com a proposta de unificar a nomenclatura em toda a região.
A ideia é simples e ambiciosa: transformar a castanha em símbolo não só de um estado, mas de uma floresta inteira.
E agora?
Caso sancionada, a nova lei entra em vigor imediatamente. Produtores e comerciantes locais terão que ajustar suas rotulagens e estratégias de venda à nova realidade.
E você? Vai continuar chamando de castanha-do-Pará?
(*) Com informações da assessoria
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