A taxa de desocupação no Amazonas subiu para 10,1% no primeiro trimestre de 2025, segundo a PNAD Contínua Trimestral divulgada nesta sexta-feira (16) pelo IBGE. O índice representa um aumento em relação ao trimestre anterior (8,3%) e ao mesmo período de 2024 (9,8%). A alta ocorre mesmo com o leve crescimento do nível de ocupação (55,7%) e da taxa de participação na força de trabalho (61,9%), que indica maior presença da população no mercado.
O número de pessoas ocupadas passou de 1,741 milhão no primeiro trimestre de 2024 para 1,843 milhão em 2025 — crescimento mais lento que nos trimestres anteriores. Já o total de desocupados subiu de 189 mil para 206 mil, refletindo a dificuldade de absorção da mão de obra.
Apesar do aumento no desemprego, houve avanços em alguns indicadores. O número de empregados com carteira assinada cresceu de 442 mil para 482 mil, e o rendimento médio mensal real subiu R$ 64 em um ano. A massa salarial também aumentou R$ 368 milhões no período.
A informalidade, no entanto, continua elevada: 53,3% dos ocupados estão nessa condição — a quarta maior taxa do país. O Amazonas tem hoje 982 mil trabalhadores informais, sendo o segundo com mais pessoas nessa situação na região Norte, atrás apenas do Pará.
Setores e perfis ocupacionais
Entre os setores, a indústria foi destaque, com crescimento de 196 mil para 237 mil trabalhadores ocupados. Comércio, construção e administração pública também registraram alta. Já agricultura e alojamento/alimentação apresentaram queda ou estabilidade no número de ocupados.
O número de empregadores com CNPJ caiu de 36 mil para 31 mil, enquanto os sem CNPJ aumentaram de 12 mil para 21 mil, reforçando a tendência de informalidade. Os trabalhadores por conta própria sem CNPJ ainda são maioria, embora tenham reduzido levemente no último trimestre (de 533 mil para 527 mil).
Destaques da pesquisa:
• A taxa de desocupação subiu 1,7 p.p. em relação ao trimestre anterior;
• A população na força de trabalho cresceu em 119 mil pessoas em um ano;
• O número de trabalhadores domésticos com carteira caiu de 11 mil para 7 mil, enquanto os sem carteira subiram para 70 mil;
• O setor agrícola perdeu 34 mil postos de trabalho no período;
• A indústria geral foi o setor que mais cresceu, com 41 mil novos ocupados;
• O rendimento médio dos ocupados subiu para R$ 1.882, em média;
• A população fora da força de trabalho caiu para 1,261 milhão, sugerindo maior mobilização para busca de emprego.
Os dados evidenciam um cenário ambíguo: enquanto alguns setores apresentam sinais de recuperação e formalização, o aumento do desemprego e a persistente informalidade revelam os desafios estruturais do mercado de trabalho no estado.
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M.E
