O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prender o ex-deputado federal Aldo Rebelo nesta sexta-feira (23/05), durante uma audiência por videoconferência com testemunhas de defesa dos réus do núcleo 1 da tentativa de golpe de 2022.
Aldo foi indicado como testemunha pelo ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Durante o depoimento, Moraes exigiu respostas objetivas. A tensão aumentou quando o ex-deputado afirmou que “não admitia censura” e foi imediatamente advertido.
Moraes alerta Aldo Rebelo sobre desacato
“Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, declarou Moraes.
Apesar do momento tenso, a situação foi contornada e a audiência prosseguiu normalmente.
Depoimento se refere à reunião golpista de 2022
O episódio ocorreu após Aldo Rebelo tentar interpretar uma suposta fala de Garnier durante uma reunião promovida por Jair Bolsonaro em 2022. A investigação aponta que Garnier teria colocado a Marinha à disposição de Bolsonaro, caso fosse decretado estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Aldo minimizou o contexto da fala, alegando que a língua portuguesa permite “força de expressão”. Moraes, irritado, rebateu:
“O senhor estava na reunião? Então, não tem condições de avaliar a língua portuguesa.”
Depoimentos seguem até junho
Entre 19 de maio e 2 de junho, o STF ouvirá testemunhas de defesa e acusação dos réus do núcleo 1. Após essa fase, Jair Bolsonaro e os demais acusados serão interrogados. A data ainda não foi definida.
Réus do núcleo 1 da trama golpista
Os oito acusados do núcleo principal da tentativa de golpe são:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator.
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