O número de civis atingidos pela guerra em Gaza continua a crescer em ritmo alarmante, com um impacto devastador sobre a população infantil. Segundo dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mais de 50 mil crianças estão entre mortos e feridos desde o início do conflito. O balanço divulgado nesta segunda-feira (3), acende um alerta global para o colapso humanitário no território palestino.
O alerta, reforçado pela Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), classificou a situação das crianças em Gaza como uma das mais graves crises humanitárias infantis do século.
O bloqueio à entrada de ajuda, a destruição de hospitais, escolas e residências, além dos deslocamentos forçados, são apontados como graves violações aos direitos humanos.
“Crianças estão sendo mortas, mutiladas, privadas de alimentos, água, abrigo e assistência médica. Isso é uma catástrofe geracional em tempo real”, afirmou a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, em nota oficial.
A organização também destacou que o conflito não poupa trabalhadores humanitários, médicos, socorristas e jornalistas, vítimas constantes dos bombardeios e da insegurança generalizada.
A destruição da infraestrutura civil torna impossível a prestação de serviços básicos à população, agravando ainda mais a crise.
Comunicado oficial da UNICEF
Em comunicado oficial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destacou ainda dois episódios ocorridos no último fim de semana como exemplos do impacto devastador da guerra sobre as crianças em Gaza. Na sexta-feira, imagens mostraram os corpos carbonizados e mutilados de crianças da família al-Najjar, retirados dos escombros de uma casa atingida em Khan Younis. Dos dez irmãos com menos de 12 anos, apenas um sobreviveu, com ferimentos graves.
Já na manhã de segunda-feira, outro ataque foi registrado na Cidade de Gaza, onde uma escola pegou fogo após ser bombardeada. Ao menos 31 pessoas morreram, entre elas 18 crianças.
Segundo o UNICEF, o número crescente de vítimas infantis é um indicativo claro de que o conflito continua violando direitos fundamentais e normas internacionais de proteção.
Desde o fim do último cessar-fogo, em 18 de março, 1.309 crianças foram mortas e outras 3.738 ficaram feridas, segundo dados da própria agência. No total, mais de 50 mil crianças foram mortas ou feridas desde outubro de 2023.
O UNICEF reforça que a destruição de hospitais, escolas, casas e infraestrutura básica está comprometendo toda uma geração. A entidade renovou seu apelo por um cessar-fogo imediato, acesso humanitário irrestrito e o fim das graves violações contra civis, com foco especial na proteção das crianças.
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