O deputado federal André Fernandes (PL-CE) usou o plenário, na terça-feira (10), para expressar sua indignação em relação ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O parlamentar da oposição demonstrou seu descontentamento e cobrou pautas como a anistia dos presos do 8 de janeiro, em Brasília.
Conforme André, o “desabafo” foi um pedido dos próprios eleitores. Ele destacou que se “sentiu traído”, pois foi combinado que se Hugo Motta fosse eleito presidente da Câmara, a pauta da anistia seria votada.
“Se passaram cinco meses. Estamos no mês de junho. Nós não vemos a anistia sendo pautada. Nós não vemos o IOF sendo barrado e a defesa constitucional desta casa”, criticou André Fernandes.
Caso Carla Zambelli
O parlamentar também apontou duras críticas ao posicionamento de Hugo Motta em relação à deputada Carla Zambelli (PL) que pode ser presa a qualquer momento. Atualmente, a parlamentar se encontra foragida na Itália. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
À imprensa Hugo Motta afirmou anteriormente que a decisão judicial “precisa ser cumprida”. No entanto, na manhã desta quinta-feira (12), contrariando a decisão do STF, ele encaminhou a cassação da deputada para análise da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Antes de Hugo Motta voltar atrás em sua decisão, André defendeu que quem deve decidir pela cassação ou não de Zambelli é a Casa Legislativa.
“De repente, 1 milhão de votos são jogados no esgoto porque um ministro, que geralmente costuma ser juiz, vítima, relator e julgador, determina que isso aconteça. Qual vai ser o papel da Câmara dos Deputados?”, afirmou o deputado sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O deputado pediu ao presidente da Câmara para que nenhum parlamentar seja cassado sem o aval da Casa Legislativa: “Nós temos que dar um recado claro ao Supremo Tribunal Federal”.
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