“Este acordo significa mais travessias abertas e mais caminhões com ajuda e alimentos entrando em Gaza”, escreveu a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, em publicação no X. Ela destacou ainda que a UE “conta com Israel para implementar cada uma das medidas acordadas”.
Novas medidas incluem alimentos e combustível
O serviço diplomático da UE informou que as providências previstas no acordo serão aplicadas nos próximos dias. Entre elas estão o aumento substancial do tráfego diário de caminhões com alimentos e itens não alimentícios, a abertura de mais pontos de travessia e a permissão para a “distribuição de alimentos por padarias e cozinhas públicas” em todo o território.
O pacto prevê também a retomada do fornecimento de combustível para uso em instalações humanitárias. “A Europa está pronta para coordenar com as partes humanitárias relevantes, agências da ONU e ONGs, de forma a garantir a rápida implementação dessas medidas urgentes”, reforçou Kallas.
Conflito persiste apesar das negociações
Mesmo com o avanço humanitário, o conflito continua. Nesta quinta-feira, a Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, informou que pelo menos 52 pessoas — incluindo três que aguardavam ajuda humanitária — morreram em ataques do Exército de Israel.
O Hamas afirmou que não considera a implementação de uma trégua enquanto houver presença militar israelense significativa em Gaza. As negociações de cessar-fogo seguem em Doha pelo quinto dia, mediadas por Estados Unidos, Qatar e Egito.
Um dirigente do Hamas, Basem Naim, disse à AFP que o grupo está comprometido em encerrar a guerra “o mais rápido possível”, mas exige a retirada das tropas israelenses. “Não podemos aceitar a perpetuação da ocupação de nossas terras, nem a rendição de nosso povo em enclaves isolados sob o controle do Exército de ocupação israelense”, declarou.
Troca de reféns e demandas em negociação
Na quarta-feira, o Hamas anunciou disposição para libertar dez reféns em um eventual cessar-fogo. Segundo Steve Witkoff, enviado dos EUA para o Oriente Médio, o rascunho do acordo inclui trégua de 60 dias, libertação de dez reféns vivos e entrega dos corpos de nove mortos.
Apesar do otimismo de autoridades israelenses, o Hamas insiste em “garantias de um cessar-fogo permanente”, retirada das tropas de Tel Aviv e maior entrada de ajuda humanitária. Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, reafirmou que os objetivos de Israel são a libertação de todos os reféns — vivos e mortos — e a “eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas”.
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