Peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científico (DPTC), vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), identificaram uma mesma arma de fogo utilizada em cinco homicídios distintos no estado. A descoberta foi possível por meio do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), ferramenta de tecnologia avançada para análise e comparação de vestígios balísticos.
O Sinab permite cruzamentos de dados não apenas entre crimes dentro do Amazonas, mas também entre os demais 25 estados e o Distrito Federal. No estado, os peritos começaram a operar o sistema em outubro de 2023. Desde então, mais de 1.100 inserções foram realizadas, com informações sobre projéteis e estojos de munições coletadas em locais de crime ou apreendidos pela Polícia Militar (PMAM) e Polícia Civil (PC-AM).
Tecnologia revela conexões entre crimes
Segundo o DPTC, 28 conexões entre diferentes ocorrências já foram identificadas no Amazonas por meio da perícia balística. Uma delas chamou a atenção: uma arma apreendida pela PMAM foi relacionada, com base nas análises do Laboratório de Balística Forense, a cinco diferentes locais de homicídio em Manaus.
Todas as informações obtidas com as análises são repassadas à Polícia Civil, que conduz as investigações sobre os crimes.
Análise em 3D e microcomparações
De acordo com o perito Ulisses Neiss, do Instituto de Criminalística (IC-LSB), o Laboratório de Balística utiliza três estações de trabalho tecnológicas:
- Bullettrax, para escaneamento de projéteis;
- Brasstrax, para estojos de munições;
- Matchpoint, responsável pelas correlações automatizadas entre vestígios.
Esses equipamentos geram imagens em 3D, que permitem a realização de microcomparações das marcas únicas deixadas pelas armas. Os dados são digitalizados e enviados ao Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), onde podem ser comparados com vestígios de crimes registrados em todo o país.
Sinab: uma ferramenta essencial para elucidar crimes
“O Sinab é um banco nacional de elementos balísticos que hoje está presente em todos os estados do Brasil. Ele contribui diretamente para a elucidação de crimes, ao correlacionar armas de fogo a locais de homicídios”, explicou o perito Ulisses Neiss.
A integração do Amazonas ao sistema fortalece a capacidade de resposta das forças de segurança, permitindo provas técnicas confiáveis e mais rapidez na investigação de crimes violentos.
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