O Ministério da Saúde Palestino, ligado ao Hamas, afirma que dezenas de pessoas morreram após tiros israelenses perto de um posto de distribuição de ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza.

O médico Munir al-Bursh, diretor-geral do ministério, declarou que 27 pessoas foram mortas na manhã deste sábado (12) quando tentavam obter ajuda em um local administrado pela GHF (Fundação Humanitária de Gaza), apoiada pelos Estados Unidos.

Um vídeo gravado no complexo médico de Nasser, próximo dali, mostra fileiras de corpos cobertos por mortalhas brancas.

Local administrado pela GHF estava em operação

O posto da GHF fica em al-Shakoush, perto da cidade de Khan Younis, e era o único dos quatro centros da fundação que seguia funcionando, segundo comunicado divulgado na sexta-feira (11). Os outros locais estavam “temporariamente fechados para manutenção, expansão e medidas de segurança reforçadas para os recipientes de alimentos”.

Neste sábado, a fundação informou que o posto não abriria mais tarde. Em publicação no X, alertou: “Para sua segurança, por favor, não se dirijam ao centro de distribuição de Khan Yunis nem permaneçam perto dele”.

Israel nega as mortes

As IDF (Forças de Defesa de Israel) divulgaram um comunicado negando as mortes.

“Ao contrário dos relatos, uma revisão não encontrou nenhum indivíduo ferido conhecido por disparos das IDF adjacentes ao local de distribuição de ajuda humanitária em Rafah. As IDF continuam operando para facilitar a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e permitir a passagem para os locais de distribuição por rotas designadas e seguras”, afirmou o Exército.

As forças também pediram cautela em relação a “relatos não verificados” e disseram que as informações continuam em revisão.

Questionada sobre as acusações, a GHF declarou que eram “100% falsos”.

Quase 800 mortos tentando obter ajuda em Gaza

O Ministério da Saúde Palestino informou que o número total de pessoas mortas neste sábado (12) pelas forças israelenses chegou a 70.

Segundo dados do ACNUDH (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos), quase 800 palestinos foram mortos tentando obter ajuda em Gaza entre o fim de maio e 7 de julho, incluindo pelo menos 140 crianças.

(*) Com informações da CNN Brasil

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