Manifestações bolsonaristas contra Moraes

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram neste domingo, 3, em uma série de manifestações pelo país, com foco em São Paulo, em defesa do ex-mandatário e em crítica ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os atos também contaram com pedidos de anistia para condenados pelo 8 de janeiro.

Em São Paulo, o evento aconteceu na Avenida Paulista, sem a presença de Bolsonaro, impedido de deixar sua residência por uma determinação do STF. O pastor Silas Malafaia, principal orador do ato, dirigiu críticas a Moraes, a quem chamou de “criminoso”. Ele também pediu o arquivamento das ações em curso contra bolsonaristas e defendeu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Anistia a Bolsonaro

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), defendeu a anistia para Bolsonaro, afirmando que “somente com Bolsonaro na urna em 2026 esse País terá paz”.

Bolsonaro segue inelegível por condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030. Outros políticos da base, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), também discursaram, focando em críticas ao judiciário. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve presente, mas não discursou.

Entenda a Lei Magnitsky e sua relação com o caso

No ato, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou Moraes ao Primeiro Comando da Capital (PCC), citando a Lei Magnitsky.

O que é a Lei Magnitsky?

Criada em 2012 nos Estados Unidos, a lei Magnitsky para punir indivíduos de qualquer país que violem direitos humanos ou se envolvam em corrupção. As sanções incluem o bloqueio de bens e contas em solo americano e a proibição de entrada no país. A sanção foi imposta pelo governo Trump, e segundo Bilynskyj, seria a primeira vez que uma autoridade de um país democrático é punida com a norma.

A justificativa oficial do Departamento do Tesouro dos EUA para a sanção contra Moraes é a suposta violação “grave” de direitos humanos. O documento afirma que o ministro “usou seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão”. No entanto, os alvos da lei têm a possibilidade de contratar advogados nos EUA e apresentar argumentos para demonstrar a inexistência de envolvimento em atos que justifiquem as penalidades.

Comparativo de público nos atos

Em meio aos discursos, o deputado Sóstenes Cavalcante questionou pesquisas que apontam a queda de público nas manifestações bolsonaristas. Dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) indicam uma redução significativa no número de participantes.

Em fevereiro de 2024, mais de 125 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista, enquanto em um protesto recente, em 29 de junho, o público foi de 12,4 mil pessoas. A queda é superior a 90%.

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