A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) promoveu uma Audiência Pública para discutir a situação da aviação regional na Amazônia e no Amazonas nesta segunda-feira (11). A sessão foi proposta pelo deputado Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento, e presidida pelo deputado Adjuto Afonso (União Brasil), que comanda a Comissão de Transporte, Trânsito e Mobilidade.

Durante o encontro, Campos destacou o Projeto AmpliAR, uma iniciativa do Governo Federal que busca modernizar e conceder 51 aeroportos regionais deficitários, com investimentos previstos em R$ 5 bilhões para reformas no Amazonas.

Ele também chamou atenção para as tarifas aéreas abusivas na região, principalmente durante eventos como o Festival Folclórico de Parintins, onde os preços das passagens figuram entre os mais altos do país.

“Queremos manter esse diálogo aberto, principalmente sobre aeroportos e tarifas. A Casa aprovou subsídios para combustíveis destinados a empresas aéreas que deveriam operar de forma planejada em 11 municípios”, explicou Sinésio.

Adjuto Afonso reforçou a importância da audiência para discutir a infraestrutura aérea do estado. Ele lembrou que o Amazonas, com 1,5 milhão de km² e 62 municípios, ainda não possui uma malha aérea adequada.

“O deputado Sinésio lidera o movimento para regularizar e asfaltar aeroportos, possibilitando o pouso de aviões de pequeno porte”, afirmou.

A expectativa é que 15 aeroportos do estado, incluindo Parintins, Itacoatiara e Barcelos, recebam prioridade no programa AmpliAR.

Cabe lembrar que, no dia 15 de julho, o governo federal prometeu iniciar, em agosto, novas tratativas para ampliar as conexões aéreas entre os estados da Região Norte. A ideia, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, é unir parlamentares da Bancada do Norte com representantes das companhias áreas para discutir a implementação de novas rotas integrando cidades nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Rondônia.

Falta de conectividade aérea

Representando o setor turístico, Roselene Medeiros, coordenadora de Desenvolvimento Turístico da Embratur, destacou que a falta de conectividade aérea prejudica diretamente o turismo no Amazonas.

Segundo ela, embora o estado já tenha contado com voos internacionais da Air France, American Airlines, Delta, TAM e Gol, atualmente há apenas um voo da Copa Airlines para a América Latina e um voo para a Europa.

“Chegamos a Manaus, mas temos dificuldade para sair para outras regiões. Isso encarece as passagens. Parintins, um dos principais destinos turísticos, quase não tem acesso aéreo, e o Festival recebe a maior parte dos turistas por via fluvial. Sem voos regulares, o turismo não avança”, afirmou Roselene.

A diretora de Marketing da Amazonastur, Ana Cláudia Rego, ressaltou que o Governo do Amazonas tem buscado ampliar as conexões aéreas.

“Estamos articulando com companhias aéreas para fortalecer o turismo. O Amazonas possui um potencial enorme, com atrativos naturais de relevância mundial. Recentemente, tivemos o retorno da TAP, além dos voos da Avianca e Gol para Lima, e negociamos com a Latam para ampliar as rotas”, explicou.

Leia mais:

Governo promete ampliar voos na Região Norte a partir de agosto