O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou, nesta sexta-feira (15), uma nota oficial criticando duramente o plano de Israel para a expansão de assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Segundo o Itamaraty, a medida representa uma flagrante violação do direito internacional e vai contra um parecer da Corte Internacional de Justiça, que determinou a suspensão de novas atividades de assentamento por parte de Israel.
“Ao recordar o direito inalienável do povo palestino a um Estado independente e soberano, o Brasil insta Israel a abster-se de adotar ações unilaterais equivalentes à anexação do território palestino ocupado, as quais ameaçam a viabilidade da implementação da solução de dois Estados e comprometem o alcance de uma paz sustentável na região”, destaca a nota.
Projeto E1 ameaça criação de Estado palestino contíguo
O projeto de assentamento conhecido como E1, paralisado há décadas devido à forte oposição internacional, voltou ao centro do debate após ser aprovado por autoridades israelenses. A proposta prevê a ligação de Jerusalém ao assentamento Maale Adumim, o que, segundo críticos, tornaria praticamente inviável o estabelecimento de Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.
Além disso, especialistas alertam que o projeto dividiria a Cisjordânia ao meio, inviabilizando a formação de um Estado palestino territorialmente contíguo.
Ministro israelense admite intenção de enterrar solução de dois Estados
Em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (14), no local onde está prevista a construção, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, confirmou a aprovação de 3.401 novas unidades habitacionais no assentamento.
Smotrich não escondeu os objetivos do governo israelense. “O projeto enterraria permanentemente a ideia de um Estado palestino.”
A declaração reforça a preocupação da comunidade internacional quanto ao futuro da região e à possibilidade de uma solução pacífica baseada em dois Estados.
(*) Com informações da CNN Brasil
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