Eweline Passos Rodrigues, conhecida como Diaba Loira, levava uma vida bem diferente antes de se envolver com o crime e integrar as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP).

Em meados de 2022, ela vendia trufas de chocolate para ajudar a pagar a faculdade de direito e também comercializava perfumes e maquiagens pelas redes sociais. Casada e mãe de dois filhos, Eweline compartilhava momentos familiares nas redes, exibia fotos da gravidez e comemorava conquistas pessoais, como medalhas.

Com um perfil ativo no Facebook e sem tatuagens visíveis, mantinha uma imagem pública voltada à vida pessoal e ao trabalho informal.

No entanto, sua trajetória começou a mudar após ser vítima de uma tentativa de feminicídio, em agosto daquele ano, em Santa Catarina, crime cometido por um ex-companheiro e pai de seus filhos. A partir desse episódio, Eweline passou a se envolver com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro — caminho que resultaria, anos depois, em sua morte no bairro de Cascadura.

Histórico

Inicialmente, se uniu ao Comando Vermelho, onde chegou a exibir nas redes sociais fuzis e escrever frases desafiadoras, como: “Não me entrego viva, só saio no caixão”.

Mais recentemente, ela rompeu com o CV e se juntou ao TCP, facção rival. Era investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por envolvimento com tráfico e participação em organização criminosa.

Confronto

Na madrugada da última sexta-feira (15), Eweline foi morta a tiros por rivais, em um confronto entre traficantes nas comunidades do Fubá e do Campinho, na zona norte do Rio. Seu corpo foi encontrado em Cascadura. Pouco antes de ser assassinada, ela já havia demonstrado nas redes sociais que não temia morrer. Em uma de suas postagens, escreveu: “No começo eu até pensava que tinha medo, assim que entrei nessa vida, anos atrás. Mas, na verdade… não”.

A morte de Eweline ocorre em meio a mais um episódio da guerra territorial entre o CV e o TCP, que já se estende por dois anos e ganhou força após a morte de Kaio da Silva Honorato, o Kaioba — líder da “Equipe Caos” e figura importante no Comando Vermelho.

Kaioba atuava no Morro do Dezoito, em Água Santa, e foi executado por integrantes do TCP no Morro do Fubá. Ele era apontado como responsável por liderar ações de invasão aos morros do Fubá e Campinho, regiões em disputa entre as duas facções.

Em resposta a essa rivalidade, Eweline chegou a gravar uma mensagem direcionada ao CV: “Era pra eu ter medo. Mas é bem difícil, né, bebê? Eu estive do lado de vocês esse tempo todinho, e sei que vocês são despreparados”.

(*) Com informações do Metrópoles

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