Um fiscal comunitário levou um tiro na noite de quarta-feira (21), enquanto monitorava a Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável de Amanã, em Maraã, no interior do Amazonas. Ele atuava na área do Acordo de Pesca Pantaleão, conhecida pelo manejo sustentável do pirarucu.
Segundo testemunhas, o fiscal e a equipe abordaram invasores que pescavam ilegalmente na região. Ao ordenar que os suspeitos desligassem o motor da embarcação, os criminosos reagiram com tiros. Um dos disparos atingiu um jovem manejador de pescado.
A equipe socorreu a vítima, que foi levada primeiro para Alvarães e depois transferida para um hospital em Tefé, onde passou por cirurgia. Ele segue internado na UTI, mas o estado de saúde é estável.
O caso foi registrado em boletim de ocorrência e será investigado pelas autoridades. Moradores da região suspeitam da atuação de piratas dos rios e garimpeiros ilegais, o que tem aumentado o clima de insegurança nas comunidades.
Comunitários relatam ameaças constantes
Moradores que ajudam a proteger a reserva afirmam que sofrem ameaças frequentes de invasores ligados à pesca predatória do pirarucu.
“Estamos há muito tempo ameaçados. Ninguém aparece para nos acompanhar na fiscalização. É uma área rica em peixe e, por isso, muito invadida. Sem apoio, nossa vida fica em risco”, relatou um comunitário.
Ibama reage
O superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, informou que acionou órgãos policiais e ambientais para agir imediatamente após o ataque.
“Não vamos aceitar que criminosos comprometam nossos projetos. Todos os envolvidos precisam combater a pesca ilegal do pirarucu, em nome da vida das pessoas que vivem do manejo autorizado”, disse Araújo.
O Ibama também alertou que a violência está ligada à comercialização de pescado ilegal, inclusive em feiras de Manaus. O órgão pediu que a população evite comprar peixe sem comprovação de origem, pois isso incentiva crimes ambientais e coloca comunidades ribeirinhas em risco.
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