A Polícia Federal concluiu, na manhã desta quarta-feira (27), o inquérito da Operação Tupinambarana Liberta, que investigava um esquema de crimes eleitorais em Parintins, no Amazonas. Cinco agentes públicos foram indiciados e deverão responder por organização criminosa, corrupção eleitoral e abolição do Estado Democrático de Direito.

A investigação apontou que o grupo utilizava parte da estrutura do governo estadual, com o envolvimento de membros da força policial, para favorecer uma chapa à Prefeitura de Parintins. As ações ilegais incluíam compra de votos e medidas para impedir o exercício livre do direito ao voto.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, que agora analisará os elementos apresentados e decidirá pelas providências judiciais cabíveis. A pena total dos crimes investigados pode chegar a 20 anos de prisão, considerando as agravantes previstas em lei.

Ameaças a eleitores e obstrução à PF agravaram o caso

A investigação teve início após uma notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral de Parintins, em 16 de setembro de 2024. Durante as diligências, surgiram indícios de que líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional estariam ameaçando eleitores e impedindo a circulação de candidatos em determinadas áreas da cidade.

Também foram encontrados sinais de omissão deliberada por parte de agentes públicos com o objetivo de beneficiar a chapa apoiada. A Polícia Federal apurou ainda que o grupo monitorava adversários políticos e os próprios deslocamentos das equipes federais, numa tentativa de dificultar a atuação da corporação.

Operação teve apoio da Corregedoria da PM

A Operação Tupinambarana Liberta foi deflagrada no dia 3 de outubro de 2024. A ação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas, responsável por acompanhar o cumprimento das ordens judiciais contra os policiais militares envolvidos.

O nome da operação faz referência à forma como a cidade de Parintins é conhecida por seus habitantes: “Ilha Tupinambarana, a ilha da magia”. A expressão remete à herança indígena local, marcada pela presença dos povos Tupinambás e pela realização do tradicional Festival Folclórico dos Bois Garantido e Caprichoso.

(*) Com informações da assessoria

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