A Ciranda Tradicional foi a segunda agremiação a se apresentar no 27º Festival de Cirandas de Manacapuru (a 68 km de Manaus), neste sábado (30), com o tema “Sapucai’Ay: O Grito que Vem das Águas”, na arena do Parque do Ingá, o Cirandódromo.

Com alegorias grandiosas, cores reluzentes e recursos tecnológicos — como hologramas —, a apresentação denunciou as ameaças impostas pelas mudanças climáticas. O espetáculo também exaltou a resistência e a força dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

Um dos pontos altos foi a entrada da agremiação, que empolgou a torcida e marcou o início da apresentação com a representação de uma criança indígena clamando pela preservação das águas.

Destaques do espetáculo

O cordão de entrada, caracterizado como seres aquáticos e encantados que emergem das águas, trouxe coreografias inspiradas na vida subaquática. O balé aéreo deu vida ao enredo da Ciranda Tradicional.

Em meio às bandeiras da Torcida Organizada Tradicional, o cordão principal surgiu do meio da arquibancada e foi conduzido pelos torcedores até a arena, dando continuidade ao espetáculo.

O uso de tecnologia e efeitos pirotécnicos também marcou a noite. Personagens da ciranda surgiram em alegorias gigantes, acompanhadas por fogos frios. O espetáculo ainda fez referência às religiões católica e de matriz africana, com destaque para a representação de Oxum, orixá associado às águas doces.

Segundo o presidente da Ciranda Tradicional, Magal Pinheiro, o espetáculo foi planejado desde setembro de 2024 e apresentado com muito esforço coletivo.

“Foi uma noite encantadora, de um sonho realizado desde setembro do ano passado, após o festival. Foi um tema escolhido com muito carinho, estamos muito felizes por essa noite. Foi uma noite mágica da Ciranda Tradicional”, declarou.

FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

Estreias emocionantes

Estreando como personagem da Ciranda Tradicional, Gabriella Oliveira celebrou a experiência de interpretar a Constância.

“Não sei como expressar a minha sensação de ter representado a Constância da minha Ciranda. Deu um flashback de quando eu ainda estava no ensaio, viver tudo isso foi muito gratificante”, disse.

Também estreante no festival, a bailarina Beatriz Negreiros destacou a emoção de integrar o cordão cênico.

“Foi uma pequena participação, mas foi muito grande para todos nós, foi algo muito elaborado. Foi a primeira vez no festival, o coração foi a mil e estou muito feliz e alegre com uma sensação já de campeã”, celebrou.

Encerramento do festival

O 27º Festival de Cirandas de Manacapuru encerra neste domingo (31/08) com a apresentação da Ciranda Flor Matizada, a partir das 21h. Após o espetáculo, a programação segue com os shows de Delírios do Samba e Mikael e Banda.

FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

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