O Sindicato dos Rodoviários determinou, na tarde desta quinta-feira (11), o recolhimento de 100% da frota de ônibus do transporte coletivo para as garagens. A paralisação atingiu todas as linhas e impactou milhares de passageiros que dependem do serviço para se deslocar na capital amazonense.

A categoria cobra o pagamento dos salários referentes a agosto, que seguem em atraso. Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) alegou que aguarda a liberação dos valores do passe livre estudantil por parte do governo estadual para repassar às empresas e, assim, quitar os vencimentos dos trabalhadores.

“As empresas vêm cumprindo seu papel na prestação do serviço público de transporte coletivo, mas somente conseguem honrar integralmente seus compromissos trabalhistas e operacionais quando devidamente remuneradas. A liberação desses recursos permitirá o pagamento do saldo de salários devidos aos trabalhadores”, destacou trecho da nota.

Impasse

O Governo do Amazonas, porém, negou responsabilidade pelo atraso. Em comunicado, informou que o valor destinado às meias-passagens estudantis foi depositado em agosto, mas que o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública rejeitou o depósito judicial e determinou a devolução à Fazenda Estadual.

Diante da recusa, o governo destacou que precisou recorrer à Justiça para assegurar o pagamento do benefício, pois o Sinetram se recusou a receber os valores, alegando que isso só poderia ser feito caso a Prefeitura de Manaus autorizasse.

Já a Prefeitura declarou que não possui pendências financeiras que justifiquem a paralisação e que todos os pagamentos de responsabilidade municipal estão quitados até setembro.

“A gestão informou ainda que solicitou à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que os valores referentes ao transporte de estudantes da rede estadual sejam repassados diretamente ao Sinetram, cabendo ao sindicato efetuar a distribuição às empresas e garantir os salários dos trabalhadores”, diz parte da nota.

Suspensão das aulas

Como consequência da paralisação, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) suspenderam as atividades acadêmicas e administrativas presenciais nesta quinta-feira (11) e sexta-feira (12).

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