A amazonense Andreia Soares, catadora da região metropolitana de Manaus e secretária-geral da Ascarman, associação que integra o ecossistema da Plastic Bank, ganhou protagonismo ao compartilhar sua trajetória de superação pela reciclagem. Mãe aos 17 anos, inspirada pela história de sua mãe, Andreia encontrou na coleta seletiva o caminho para a independência e hoje representa centenas de mulheres com histórias semelhantes.
Entre os dias 13 e 20 de setembro, a convite da Lord, empresa de embalagens flexíveis, Andreia cumpre uma agenda de apresentações em gigantes do setor plástico em São Paulo.
O roteiro inclui palestras e visitas em companhias como Braskem, Pack Studios da Dow, plantas fabris em Sorocaba, a Cooperativa Ambipar, a própria Lord e a cooperativa Transfor.Mar, em Bertioga. Nessas ocasiões, Andreia compartilha sua vivência como líder de uma associação com 14 cooperados e a inspiração que vem de sua mãe, Cacilda Soares Viana.
Inspiração materna e inclusão social
Com três filhos, Cacilda encontrou na reciclagem a saída para romper um relacionamento abusivo e superar a pobreza. Ela fundou a Ascarman e lutou por dignidade e direitos, inspirando Andreia a trilhar o mesmo caminho.
Graças a esse exemplo, Andreia concluiu uma graduação em Letras (Inglês), atuou como professora e hoje cursa pós-graduação em Gestão de Projetos. Sua trajetória simboliza uma nova geração de mulheres que transformam vidas pela reciclagem.
“A história da minha mãe não deixa de ser a minha. O lixo e a reciclagem foram a oportunidade de mudar nossas vidas e mostrar para outras mulheres que esse trabalho é digno, necessário e transformador. Cada palestra que faço é também uma forma de dar visibilidade ao que, muitas vezes, é invisível. Com o devido reconhecimento, transformamos não só as nossas próprias histórias, mas também o futuro de muitas famílias”, afirma Andreia.
Plastic Bank e a expansão no Amazonas
A Ascarman faz parte do ecossistema da Plastic Bank, empresa canadense que combate a pobreza e a poluição plástica por meio da reciclagem. Em maio deste ano, em parceria com a Lord, a iniciativa chegou ao Norte do Brasil com o primeiro ponto de coleta em Manaus.
A meta é retirar da natureza o equivalente a 3 milhões de garrafas plásticas até o fim de 2025, impedindo que resíduos cheguem a rios e igarapés. Os catadores associados recebem um bônus por cada quilo de plástico entregue, aumentando a renda em até 30%.
Segundo Ricardo Araújo, diretor de parcerias estratégicas da Plastic Bank no Brasil, a atuação da catadora simboliza o impacto que o projeto busca gerar:
“O protagonismo da Andreia, que começa a levar a sua história para outros lugares do Brasil, simboliza o impacto que buscamos gerar. Ao mesmo tempo em que ampliamos a coleta de resíduos plásticos na Amazônia, mostramos que esse trabalho já transformou vidas, gera renda e contribui diretamente para um futuro mais sustentável. É uma vivência que se replica em vários lugares e merece visibilidade e respeito.”
Sustentabilidade e reconhecimento
Para Herman Moura, presidente da Lord, apoiar a iniciativa reforça a agenda de sustentabilidade da empresa.
“Acreditamos que a reciclagem só se fortalece quando reconhecemos o papel fundamental dos catadores na economia circular. Ao levar a história da Andreia para empresas de referência do setor, reforçamos a importância da inclusão social e mostramos, na prática, como parcerias podem gerar impacto positivo tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade.”
Leia mais: Além de salvar vidas, vacina contra o HPV pode economizar bilhões para o país
