Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Roberto Cidade está na casa legislativa desde 2019. De lá para cá, o parlamentar destaca o avanço da casa, como a modernização e proximidade cada vez maior com a população. Para este ano, o deputado pretende “zerar” a pauta do parlamento.
Na eleição de 2018, o então vereador recebeu 33.239 votos, sendo o segundo mais votado do Amazonas. Na Aleam, Roberto Cidade já ocupou o cargo de 3º vice-presidente da Mesa Diretora, comandou a Comissão de Transportes, Trânsito e Mobilidade, durante o primeiro biênio (2019/2020). Foi eleito presidente da Assembleia, durante seu primeiro mandato e com apenas 34 anos. O mais jovem a assumir o cargo.
Durante a pandemia, conduziu votações decisivas. Criou o auxílio estadual permanente. Aprovou a Lei do Gás, garantiu R$ 160 milhões do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviço e Interiorização do Desenvolvimento) para a saúde os municípios; recursos para o combate à pandemia. E fortaleceu a atuação dos deputados com a criação das emendas de bancada.
Confira a entrevista:
Em Tempo – Em seus mandatos como presidente da Assembleia Legislativa, quais foram os pontos positivos na sua avaliação?
Roberto Cidade – Na minha gestão, a Assembleia avançou em modernização e aproximação com a população. Digitalizamos processos e fortalecemos o diálogo entre deputados e cidadãos. Logo no início, criamos as emendas de bancada, ampliando os recursos destinados pelos deputados para ações de melhorias na capital e interior e, mais do que isso, criamos a obrigatoriedade de que 50% das emendas parlamentares sejam destinadas para a saúde. Antes eram só 13%. Isso garantiu mais cirurgias, medicamentos e equipamentos para a rede. Valorizamos os servidores, que estavam sem reajuste há anos, lançamos concurso que não era realizado há 14 anos e vamos inaugurar um Centro Sensorial para atender crianças com TEA e Síndrome de Down. Foram avanços marcantes e históricos.

ET – Quais foram os principais desafios até agora?
RC – Assumi a Assembleia em 2021, no auge da pandemia e em um cenário político turbulento. Muitos duvidaram da minha capacidade, por ser um dos mais jovens daquela legislatura e ser o mais jovem da história a assumir a presidência da Casa. Além de estar em meu primeiro mandato. Mas com diálogo e equilíbrio, garantimos a harmonia entre os poderes, sempre preservando a independência da Casa. Liderar em um momento tão difícil exigiu firmeza, equilíbrio e sabedoria para priorizar o que realmente importava: salvar vidas e atender as necessidades do povo. Também enfrentamos o desafio da infraestrutura e da distância, mas conseguimos fazer com que a voz de cada município, da capital ao interior, fosse ouvida e
respeitada.
ET – Entre os seus projetos aprovados, qual teve o maior destaque até o momento e por quê?
RC – São dezenas de leis aprovadas que mudam a vida das pessoas. Destaco, por exemplo, a garantia de acompanhante para mulheres em unidades hospitalares para combater o assédio; a lei que cria protocolos contra o assédio infantil em clubes e academias; e a que possibilitou o Pré-Vestibular gratuito da UEA para jovens de baixa renda. Recentemente, aprovamos por unanimidade a lei que protege crianças e adolescentes no ambiente digital, estabelecendo regras para influenciadores mirins, para que tenham assegurados seus direitos à educação, à convivência familiar e à proteção contra exploração. Aprovamos leis também para incentivar a produção agrícola no interior. Todas essas iniciativas têm o mesmo propósito: proteger, incluir e abrir oportunidades para o povo do Amazonas.
ET – De que maneira a Aleam está contribuindo com a população local, tanto na capital quanto no interior do Estado?
RC – Na nossa gestão, a Assembleia tem atuado de forma prática para melhorar a vida do cidadão, seja na capital ou no interior. Aprovamos medidas importantes, como a redução de impostos, a renegociação de dívidas dos produtores com a Afeam, criação da CNH social e a criação do Auxílio Estadual Permanente, que beneficia mais de 300 mil famílias com 150 reais todo mês. Mas não ficamos só no plenário. Pela Escola do Legislativo, promovemos programas educativos, como o Aulão do Enem, e realizamos audiências públicas nos municípios para ouvir a população de perto. Também lançamos o Feclam, que qualifica os nossos vereadores e seus assessores. Ajudamos câmaras municipais a atualizar regimentos e leis orgânicas desatualizados há mais de 30 anos. Criamos também a Procuradoria da Mulher, garantindo proteção e defesa dos direitos femininos e, mais recentemente, a Procuradoria da Criança e do Adolescente, que atua nessa mesma linha. Nosso compromisso é claro: transformar a Assembleia em uma casa mais próxima, útil e presente na vida do povo.
ET – Entre os eventos realizados pela Aleam ao longo de seus mandatos, em qual o público pôde ter uma interação maior com os parlamentares?
RC – Aleam se aproximou muito da população com eventos que uniram educação, cidadania e formação. Um exemplo foi o Feclam 2025, que bateu recorde de participação, reunindo vereadores, servidores públicos e estudantes em um grande debate sobre gestão e políticas públicas. Além disso, por meio da Escola do Legislativo, abrimos espaço para alunos e professores participarem ativamente das atividades da Casa. E ainda realizamos ações extramuros como o Educando pelo Amazonas, levando cidadania e educação para o interior. Esse programa, inclusive, ganhou dois prêmios nacionais. Esses eventos mostram que a Assembleia não é um espaço fechado, mas um lugar de troca, aprendizado e interação com a sociedade.
ET – A Aleam encerra 2025 com uma trajetória positiva?
RC – Sim. Vamos encerrar 2025 com uma pauta zerada, todos os projetos de interesse da população votados e o orçamento de 2026 será votado ainda antes do Natal. Está sendo um ano de muito trabalho, no qual ampliamos a presença da Assembleia no interior, fortalecemos a credibilidade da instituição e aumentamos a produtividade, em alguns casos com até quatro sessões semanais. O saldo é claro: transparência, diálogo, eficiência e resultados concretos para o povo do Amazonas.
ET – Quais são as suas projeções e expectativas para 2026?
RC – Em 2026, queremos consolidar os avanços e ir além. Vamos ampliar as políticas públicas em áreas como saúde, educação e infraestrutura, reforçar a presença da Assembleia no interior e garantir mais participação cidadã no debate das grandes pautas do Estado. Com a chegada dos novos servidores do concurso público, teremos ainda mais força para entregar resultados. Tenho certeza de que será um ano produtivo e de grandes conquistas para o povo do Amazonas.
ET – A polarização esquerda/direita tende a ficar mais acirrada no ano eleitoral, na sua avaliação?
RC – É natural que a polarização aumente em ano eleitoral, mas o meu compromisso não é com ideologias, é com o Amazonas. Enquanto muitos escolhem lados, eu escolho o povo. O que nos move deve ser o progresso do Estado, a melhoria da vida das pessoas, nossa população. e a defesa dos nossos interesses, seja na capital ou no interior. Sempre fui um político do diálogo, do entendimento e do respeito às diferenças, e vou seguir assim. A minha ideologia é uma só: trabalhar pelo Amazonas acima de tudo porque minha bandeira é o Amazonas.
